Sentada há já algum tempo, esperava a entrada da orquestra. Depois esperei que os músicos afinassem. Burburinho na sala... faltava uma violinista que entrou quase a correr em palco (o que terá acontecido?). Finalmente afinaram.
O maestro entra... (ai!) completamente despenteado. Parecia ter saído da cama directamente para o concerto :D Volta-se para o público e informa-nos que vai repetir a entrada. Sai de cena. Teria desistido? Ter-se-ía ido pentear? Não! Foi buscar as partituras que havia esquecido! Nessa altura temi o pior...
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O concerto começou e, a pouco e pouco, fui ficando deslumbrada. Esta não parecia ser a orquestra da ESART! Rui Massena conseguiu destes jovens o que quis... Só tenho pena de não ter conseguido ver todas as suas expressões faciais que (tendo em conta as que vi quando olhava para os violinos) deviam ser espectaculares. Ele fala com os olhos! (e com a boca e com as bochechas) :D
E, ainda por cima, acompanharam António Rosado, num Gershwin fantástico... Garanto-vos que, no final do concerto, apeteceu-me ouvir tudo de novo. Queria que o concerto começasse de novo!
Parabéns à orquestra que trabalhou muitíssimo bem (e levou um elogio enorme do maestro em público!), ao maestro Rui Massena que soube trabalhar impecavelmente a sua "matéria-prima", ao pianista António Rosado que, como sempre, esteve ao mais alto nível e ao Carlos Semedo pela sua aposta nesta jovem orquestra. Ficamos todos a ganhar! Da minha parte, o meu obrigada!
12 comentários:
Olá!
Ainda bem que gostou do concerto! (eu toquei na orquestra, sou violoncelista)
O maestro é algo de genial, conseguiu pôr-nos todos à vontade, e fez um trabalho muito bom connosco. Foi uma interpretação curiosa, mas com muita qualidade.
Pena estar pouca gente a assistir, mas já é habitual em Castelo Branco. Não por falta de oportunidades, mas por falta de público...
Quanto à orquestra, foi um bom trabalho. Acho que conseguimos atingir um nível bastante alto. Alguns naipes estiveram bem, outros nem por isso, mas houve coesão.
E isso foi em tudo devido ao maestro, que foi um senhor. Fiquei mesmo muito contente de ter trabalhado com ele.
Espero que continue a assistir aos concertos da ESART. Não a conheço, mas juro que me lembrei de si quando me sentei no palco e olhei para o público. Era capaz de pôr o meu violoncelo no fogo em como estava lá.
Não falhei, pelos vistos. Obrigado pela audição atenta!
Com os melhores cumprimentos,
José Pedro Sousa (o último violoncelista, o caloirinho, que estava do lado de dentro numa estante sozinho, em frente aos contrabaixos).
P.S. O meu blog é www.musicaquatica.com. Se quiser deixar lá o seu e-mail gostaria imenso!
Sim Armanda, foi sem dúvida um excelente estágio este. É mesmo pena Castelo Branco não ter um "Europarque", ou seja, refiro-me a uma sala com a acústica do Europarque.
Quanto ao maestro, é sem dúvida fantástico. Para mim que estava a tocar, sentia que tudo nele era música, soube na perfeição dizer-nos o que queria, sem rodeios. É bom trabalhar com gente assim, com esta energia, e com tanto sentimento, prende-nos. E acredita, já tenho saudades! :)
Beijinho!
Adorei o espectáculo, foi brilhante, especialmente a Sinfonia do Novo Mundo uma interpretação curiosa(se tivessem tocado a 5º Sinfonia de Mahler como comicamente o Rui Massena falou no ancore final tambem aceitava ouvir).Um maestro assim apanha-se pouca vez, ainda mais por aqui. Estão a queixar-se do pouco público de facto era pouco, mas para o habitual até fiquei espantado, pois já vi muito, mas muito menos(pior que era dia de jogo de futebol). Pior mesmo, só a Acustica da Sala e alguma falta de espaço para todos os Músicos.
Caro José Pedro, não sei qual o critério que está a usar para considerar que é "pouca gente a assistir". Estavam, segundo contagem independente, 342 pessoas o que não se pode considerar, em termos absolutos, pouca gente. Claro que também eu gostava de ver o Cine-Teatro completamente cheio (embora no balcão a visibilidade sejá péssima), mas se pensar que no dia da Orquestra Estatal da Ucrânia estavam menos de 200 pessoas e, para falar de um concerto do Primavera Musical do ano passado, quando um dos melhores quartetos de cordas do mundo, o Takács, tocou para somente 187 pessoas, acho que a assistência para este concerto não foi assim tão diminuta.
Pela sua descrição estou a ver quem é e veio-me uma coisa à cabeça: não me lembro de o ver em nenhum concerto do Primavera Musical deste ano, nomeadamente no concerto do Quatuor Psophos que fez inclusivamente um ensaio aberto. Porque no Primavera Musical queremos melhorar, gostava de saber quais as razões pelas quais, por exemplo, o José não aparece nos concertos. Agradeço-lhe, desde já, a sua resposta, pois é para nós muito importante.
Saudações Musicais,
Carlos Semedo (aka Stalker)
Cláudia, é bom ouvir que estás com saudades. Só vens confirmar a minha avaliação deste estágio e o rsultado final.
Beijinhos
Caro Hugo, concordo que podia estar muito mais gente mas que não foi nada mal.
A acústica permanece um problema. Já fiz propostas e aguardo resposta. Pode ser que as coisas se alterem brevemente.
Saudações Musicais,
Carlos Semedo
Olá Armanda.
Tudo bem?
O João? As filhas? Também estão bem?
Ainda bem que gostas-te do concerto.
Para mim, dos 3 que fiz este ano pela ESART foi o melhor e o maestro um espectáculo!
Apesar de brincar muitas vezes com a malta e eu adorei o maestro, impecável a dirigir, etc.. (isso é bom para estarmos mais à vontade durante os ensaios da semana e uma coisa que ele disse no Europarque (o zé pedro e a cláudia podem confirmar isso) "o estágio terminou, agora é tempo de desfrutarem o momento".
Achei isto também importante.
Para quem não me conhece sou o João Miguel Nabais (panfletos João Nabais), que neste estágio foi 2º fagote.
Beijos
P.S. Dá uma vista de olhos no meu blog e se quiseres comenta :D
http://asminhasnotassoltas.blogs.sapo.pt
Isto também vai para o director do Primavera Musical Carlos Semedo ;) já que os outros já conhecem
Caro Semedo:
Agora gostei da boca:D
342 pessoas?? Estou surpreendida!
Não pude ir ver pois tinha trabalho no norte... Mas vi no Europarque!
E gostei francamente, gostei mesmo!
O Massena já veio à ESART e não gostei nada... A orquestra tocou muito mal e o tipo de trabalho nos ensaios foi uma brincadeira....
Quem sabe este programa seria mais apropriado para o tipo de trabalho do maestro. O que é certo é que, de facto resultou! E isso importa!
É importante referir que os maestros não fazem milagres. Se as coisas não vierem trabalhadas e estudadas, se não houver ensaios de naipe antes do estágio e tudo o mais, nem o Baremboim consegue fazer alguma coisa. E neste estágio, pelo que me foi dado a entender, houve muito "trabalho de casa". Além disso, o programa deste estágio era consideravelmente mais fácil do que o de Março.... Isso consegue fazer não toda, mas muita diferença!
Importa salientar que a Orquestra da ESART está de parabéns e que é extremamente importante perceber-se o que resultou tão bem neste estágio para nos próximos se possível se repetir.
Ficámos todos contentes :)
Saudações para todos os intervenientes hehe....
Já agora se quiserem ouvir a 5º Sifonia de Mahler está aqui sob a excelente direcção do grande Claudio Abado em 2004 http://www.youtube.com/watch?v=d7cwbGBFyEQ ou sob a tambem excelente direcção de Zubin Mehta em 2001 http://www.youtube.com/watch?v=2K6NNfeeB_k&feature=related ou sob a direcção do grande Leonard Bernstein http://www.youtube.com/watch?v=Tv3zqqU_FwI&feature=related ou ainda sob a direcção Adolph Herseth http://www.youtube.com/watch?v=Qeqlg6McDBQ&feature=related é á escolha do freguês.
Ana, não se trata de uma boca. :-)
Honestamente, é uma coisa que me preocupa muito. Numa cidade tão pequena como esta, o facto de os alunos da ESART (e não só os de música) frequentarem tão pouco estes concertos é algo que exige da minha parte reflexão e, sobretudo, acção. Daí a minha pergunta ao José Pedro.
Sobre este estágio, concordo contigo. Só não tenho tanta certeza sobre a preparação prévia do repertório. ;-)
Beijinhos,
CS
Caro Carlos Semedo,
Evidentemente que o número de pessoas não foi mau. Já toquei em orquestra para umas 30 ou 40 pessoas...
A crítica não foi dirigida à organização do festival, nem do público geral de Castelo Branco. Na verdade foi dirigida à própria ESART, nomeadamente aos colegas de outros cursos. O que remete para a culpa dos alunos do curso de música. Pode parecer complicado, mas passo a explicar: Ninguém de música vai às exposições e desfiles dos outros cursos.
Digo que estava pouca gente porque no Dido e Eneias (onde também toquei) a sala encheu. E encheu porque estavam representados todos os cursos da ESART na ópera. Neste concerto da orquestra, sempre que eu divulgava junto de alguém dos outros cursos, a maior parte dizia "nunca vi nenhum músico nas nossas exposições". E estamos a falar de um repertório muito acessível...
E isto vem no seguimento da falta da presença dos alunos de música na vida académica, na associação de estudantes, etc. Eu tento colmatar isso, mas quantas vezes não me esqueço da AE só porque estou preocupado com o meu próprio curso? O mesmo se passa com as exposições, concertos, etc... Não sou ninguém para apontar o dedo, e quem dos meus colegas nunca perdeu um concerto genial por se esquecer dele, que atire a primeira pedra...
Quanto à minha presença no Primavera Musical, não apareci de facto em nenhum concerto. Não vivo em Castelo Branco, e de todos os concertos o único que eu podia ir assistir era o do trio Acordarchi, o qual cheguei até a pedir bilhete mas perdi as chaves de casa e andei a noite toda a tratar disso. Mas tive muita pena de não assistir ao quarteto Psophos, porque também eu toco (ainda que muito mal) em quarteto.
O problema "os músicos não vão aos concertos" é crítico no país todo. Também tento perceber isso, mas em Castelo Branco a resposta é simples: Tal como eu, a maior parte evita estar em Castelo Branco. Não quero alongar-me neste ponto aqui. Talvez noutra altura. No resto do país não lhe sei explicar. Pelos vistos já somos dois a tentar entender isso...
No entanto agradeço imenso a sua preocupação, porque visto tratando-se de um director do festival é bom saber que há alguém que dá o máximo para obter melhores resultados.
Dessa forma, e tendo em vista um "feedback" mais pormenorizado, que tenho todo o prazer em providenciar, peço um contacto para o meu e-mail: pedro@musicaquatica.com.
Obrigado,
José Pedro Sousa
Olá José Pedro e obrigado pela resposta.
Irei enviar-lhe um e-mail, com toda a certeza.
Saudações Musicais,
CS
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