sexta-feira, janeiro 30, 2009

O que acham desta medida?

Colocar a seguinte mensagem gravada no telefone lá da escola:
Olá!
Foi direccionado para o atendedor automático da escola. De forma a podermos ajudá-lo a falar com a pessoa certa, por favor ouça todas as opções antes de fazer a sua selecção:
- Para mentir sobre a justificação das faltas do seu filho, pressione a tecla 1
- Para inventar uma desculpa sobre porque é que o seu filho não fez o seu trabalho, tecla 2
- Para se queixar sobre o que nós fazemos, tecla 3
- Para insultar os professores, tecla 4
- Para saber por que razão não recebeu determinada informação que já estava referida no boletim informativo ou em diversos documentos que lhe enviámos, tecla 5
- Se quiser que lhe criemos a sua criança, tecla 6
- Se quiser agarrar, tocar, esbofetear ou agredir alguém, tecla 7
- Para pedir um professor novo, pela terceira vez este ano, tecla 8
- Para se queixar dos transportes escolares, tecla 9
- Para se queixar dos almoços fornecidos pela escola, tecla 0
- Se já compreendeu que este é o mundo real e que a sua criança deve ser responsabilizada e responsável pelo seu comportamento, pelo seu trabalho na aula, pelos seus tpcs, e que a culpa da falta de esforço do seu filho não é culpa do professor, desligue e tenha um bom dia!

(recebido por email)

Gosto de me divertir!


quinta-feira, janeiro 29, 2009

Ai, ai, ai, ai, ai...

"O novo sistema informático Citius permite o acesso em tempo real do poder político a todos os processos judiciais, mesmo os que estão sob segredo de justiça, permitindo mesmo introduzir alterações nos despachos de um juiz ou nas acusações de um advogado."
Nada como investir bem nas novas tecnologias...

Mais do que cumprir as regras do jogo, pretendo destacar bons blogues

No espaço de dias, a bell presenteou-me com dois prémios. Mal tive tempo de me recompôr de um e recebo logo outro. É uma querida! :)
Quando se recebe um prémio deste género, devemos exibi-lo, colocar um link para quem no-lo deu, escolher 6 pessoas a quem entregar (neste caso, devem ser mulheres), deixar indicação nos seus blogues. Assim, sem demérito para as demais, selecciono...

Este outro selo permite-me destacar um número maior de blogues o que, por si só, não é suficiente, uma vez que precisava de mais ainda. São tantos os blogues que merecem destaque!

As regras para participar deste selo são:
1- Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro” que você acabou de ganhar!
2- Poste o link do blog que te indicou.
3- Indique 10 blogs de sua preferência.
4- Avise seus indicados.
5- Publique as regras.
6- Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7- Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com, juntamente com os 10 links dos blogs indicados para verificação.
Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.”

Assim ficam, destaco alguns dos sítios que me têm cativado mais...

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Ciclo Quintas Perfeitas da OML

A Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML) inaugura, na próxima quinta-feira, o ciclo Quintas Perfeitas. Será uma quinta-feira por mês, sempre às 18H, com o intuito de trazer melómanos, professores, alunos, pais, curiosos ou interessados e a entrada será gratuita até ao limite da lotação disponível.

Pela primeira vez, a OML abre ao público e de forma regular a sua sede, localizada na Travessa da Galé, nº36, na Junqueira em Lisboa, frente ao Tejo.

Para a próxima quinta-feira 29, Auditório do 2.º andar, o compositor proposto é Ludwig van Beethoven de quem se ouvirá o Septeto opus 20 por Diana Tzonkova (violino), Valentim Petrov (viola), Ana Cláudia Serrão (violoncelo), Ercole de Conca (contrabaixo), Jorge Camacho (clarinete), Bertrand Raoulx (fagote) e Jérome Arnouf (trompa).
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Próximas QUINTAS PERFEITAS:
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26 de Fevereiro, Estúdio Aberto, MOZART - Divertimentos para Cordas
26 de Março, Estúdio Aberto, BACH - Variações Goldberg, BWV 988 (transcrição para trio de cordas de D. Sitkovetsky)
23 de Abril, Auditório do 3.º Andar, BACH – Tocata e Fuga em Ré menor, BWV 565 (arr. Eric Crees); Concerto Brandeburguês n.º 3 (arr. Christopher Mowat); Jesu, Joy of Mans’ Desiring (arr. Philip Sparke); Passacaglia e Fuga em Dó menor, BWV 582 (arr. Eric Crees)
7 de Maio, Estúdio Aberto, O Cravo no Tempo de Shakespeare Peças de William BYRD, Orlando GIBBONS, John BULL e Gilles FARNABY
4 de Junho, Estúdio Aberto, TCHAIKOVSKI – Trio em Lá menor, Op. 50 STRAVINSKI – Suite da História do Soldado
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(encontrado aqui e aqui)

Já enviaste o teu vídeo?

O Folhas Pautadas lembra que termina hoje o prazo de inscrições para a Youtube Symphony Orchestra. A organização espera reunir os músicos seleccionados em Abril, no Carnegie Hall de New York City.



Os potenciais instrumentistas deveriam enviar até ao final do dia de hoje, um vídeo com a sua interpretação da obra de Tan Dun e uma outra obra à sua escolha, de entre as três apresentadas no site.

A 6 de Outubro, a Orquestra Sinfónica de Londres juntou-se para interpretar, pela primeira vez, Internet Symphony nº1 - Eroica dirigida pelo próprio compositor, Tan Dun.



Todas as informações aqui

Preciso de me rir um pouco

E Victor Borge consegue sempre esse feito...

Os musicais estão na moda!

O tema "Thriller", de Michael Jackson, vai ser adaptado num musical da Brodway e o músico norte-americano irá ajudar no desenvolvimento do projecto. A nova produção teatral recreará em palco o teledisco de 14 minutos de "Thriller", centrado num casal de namorados e no qual Michael Jackson se transforma num lobisomem, terminando com uma coreografia com zombies.

"Thriller the musical" incluirá ainda temas do álbum "Thriller", de 1982, mas também do anterior, "Off the wall", de 1979.

terça-feira, janeiro 27, 2009

Bons conselhos...

Uma notícia há muito aguardada

Está agendado para o próximo dia 5 de Fevereiro, o lançamento do primeiro CD de Luísa Tender. Tal como tive oportunidade de ler na imprensa nacional (aqui, aqui e aqui), a pianista portuguesa gravou, no final do ano passado na Royal College of Music, o seu mais recente álbum: Bach and forward.
A apresentação pública será no Grémio Literário, pelas 18H. Um convite irrecusável!

segunda-feira, janeiro 26, 2009

O futuro da música depois da morte do CD

O livro está disponível para download desde o dia 19 deste mês. O futuro da música depois da morte do CD, idealizado pelo sociólogo Sérgio Amadeu da Silveira e pelo Jornalista Irineu Franco Perpétuo, é uma colectânea de opiniões sobre o impacto das redes digitais na criação, produção e distribuição da música.

Opiniões avulso

Definição de OI’s: que importância têm para o ME? (25.01.2009)

Objectivos Individuais: entregar, não entregar... (26.01.1009)

O oboé da Bárbara...

... no passado sábado, em Alcains: 2º andamento do Concerto em Ré menor de Marcello.

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Será preciso...

Acabo de ver uma reportagem sobre a vida de Obama e se já reconhecia no político uma capacidade enorme de mobilização, decididamente fiquei agradavelmente surpreendida com o Homem: um passado difícil que o fortaleceu enquanto ser humano.

Poderá não conseguir mudar o mundo. Aliás, isso pouco depende dele. Mas esforçar-se-á.

Ao longo da sua vida já deu provas de que é um homem de convicções altruistas. Mas só um é pouco; o mundo precisava de mais Obamas...

terça-feira, janeiro 20, 2009

Editorial do jornal Ensino Magazine de Dez 2008

Não resisto a aqui colocar o editorial do jornal Ensino Magazine de Dezembro de 2008, onde o seu director, o professor João Ruivo (ex-director do Instituto Politécnico de Castelo Branco), questiona a exequibilidade da avaliação entre pares nos moldes em que nos é proposto pelo ministério da educação.

Avaliar professores é fácil?
João Ruivo

Não! A avaliação de professores não é uma tarefa simples. Que o digam os supervisores que, durante décadas, promoveram a formação inicial e permanente dos nossos docentes. Para avaliar professores requerem-se características pessoais e profissionais especiais, para além de uma formação especializada e de centenas de horas de treino, dedicadas à observação de classes e ao registo e interpretação dos incidentes críticos aí prognosticados.

Cuidado com as ratoeiras! Quem foi preparado para avaliar alunos não está, apenas pelo exercício dessa função, automaticamente preparado para avaliar os seus colegas…

A avaliação de professores é uma tarefa complexa. Desde logo, requer um perfil específico do avaliador. Ou seja, nem todos os professores reúnem as condições para avaliarem. O avaliador terá que ser uma pessoa com conhecimentos especializados, com enorme sensibilidade, com capacidade analítica e de comunicação empática, com experiência de ensino e elevada responsabilidade social. Terá que ser um profissional que sabe prestar atenção, sabe escutar, sabe clarificar, sabe encorajar e ajudar a encontrar soluções, sabe dar opiniões, e que sabe ainda negociar, orientar, estabelecer critérios e assumir todo o risco das consequências da sua acção.
É necessário que domine com rigor as técnicas de registo e de observação de aulas, conheça as metodologias de treino de competências, os procedimentos de planeamento curricular, e as estratégias de promoção da reflexão crítica sobre o trabalho efectuado.

Escolher um avaliador obriga a uma selecção aturada, fundamentada, baseada em critérios de indiscutível mérito e, depois, a uma demorada formação específica e especializada. Para que uma avaliação tenha consequências, o avaliado não pode ter quaisquer dúvidas sobre o mérito do avaliador.

Avaliar é uma tarefa periscópica. O avaliador é chamado a pronunciar-se sobre inúmeros domínios sobre os quais se reflecte o pluridimensional acto de ensinar. Quando avalia, olha o professor sobre variadíssimos ângulos e prismas: aprecia o professor enquanto pessoa, como membro de uma comunidade profissional, como técnico qualificado na arte de ensinar e como especialista das matérias que ensina.

Por outras palavras o avaliador avalia o professor em vertentes tão diferenciadas quanto o são o seu ser, o seu saber e o seu saber fazer. Logo, o avaliador tem que estar atento a um grande número de variáveis que intervêm na função docente: variáveis de produto, de processo, de presságio, de carácter pessoal e profissional…

O avaliador recolhe elementos que permitam avaliar, e depois classificar, o professor enquanto tenta responder às seguintes questões: Onde ensina? O que é que ele ensina? Como é que ensina? O que aprendem os seus alunos? Como se auto avalia? Que capacidade tem para reformular a sua actuação? Com que profundidade domina as matérias que pretende ensinar?

O avaliador não trabalha com o professor apenas na sala de aula. Ele tem que apreender o modo como o professor se envolve com os seus alunos numa situação de classe, mas também como este se implica junto da comunidade escolar e na sociedade que envolve a escola. Porque trabalha com ele como profissional, mas também enquanto pessoa.

Formar um avaliador leva tempo, elevadas doses de paciência, muito treino e conhecimento especializado. A escolha de um avaliador não pode ser casual e, sobretudo, não pode depender de critérios político administrativos.

Porquê? Porque o avaliador tem que saber verificar não só o que os professores fazem, mas também como o fazem e, simultaneamente, garantir a melhoria da qualidade da sua intervenção na sala de aula, bem como a qualidade do produto, isto é, da aprendizagem dos alunos.
Por isso mesmo a avaliação de um professor não pode ser uma actividade episódica, pontual e descontinuada. A avaliação de um professor requer uma actividade continuada, porque importam mais as actividades de reformulação que venham a ser consideradas do que o simples diagnóstico da sua actual situação. A avaliação de um professor é então uma actividade projectada no futuro.

Avaliar um professor é, pois, dizíamos, uma tarefa muito, mesmo muito complexa. Simples, muito simples mesmo, é avaliar um ministro que pensa ser possível reduzir a avaliação dum professor a uma mera empreitada administrativa, compilada em duas páginas de panegíricos ou de recriminações.

ruivo@rvj.pt

É a loucura total!

segunda-feira, janeiro 19, 2009

A greve no distrito de Castelo Branco

CASTELO BRANCO

Escolas Afonso de Paiva: 77 %
Escolas de João Roiz: 98 %
Escolas Cidade de C. Branco: 98 %
Escolas Faria de Vasconcelos: 77 %
Escolas de José Sanches: 90 %
Escolas de S. Vicente da Beira: 75 %
Escolas de Idanha-a-Nova: 88 %
Escolas Concelho de Oleiros: 93 %
Escolas de Proença-a-Nova: 86 %
Escolas da Sertã: 66 %
Escolas de Vila de Rei: 95 %
Escolas de Vila Velha de Ródão: 90 %
Escolas Verde Horizonte: 88 %
ES/3 Nuno Álvares: 52 %
ES/3 Amato Lusitano: 98 %

Disney Movie Magic: a choral medley

Para quem é a coca-cola?

domingo, janeiro 18, 2009

Colegas da minha filha mais velha actuam em Portalegre

Música de Câmara
Alunos da Academia Superior da Metropolitana
Domingo, 25 de Janeiro
Sala do Capítulo do Convento de S. Bernardo, Portalegre
18h00

Irina Lourenço - flauta
Inês Nunes - clarinete
Catherine Stockwell - fagote

Ludwig van BEETHOVEN – Trio, Op. 87


Clara Saleiro - flauta
Joana Bolito - oboé
Hugo Azenha - clarinete
José Carlos Domingues - fagote

Leoš JANÁČEK – Três Danças Moravianas
Jean FRANÇAIX – Quarteto de sopros

Sou fã da marca "Branca de Neve"


Não tanto pelas farinhas em si, mas pelos seus bolos. Apesar de ser de Alcains (localidade onde lecciono), só descobri a marca já adulta e ainda quando a empresa estava associada associada à Oetker. Eram bolos excelentes!

Entretanto a parceria desfez-se e practicamente deixei de ouvir falar da empresa Lusitana. Até que, a pouco e pouco, a empresa se foi fortalecendo a nível nacional e foram surgindo de novo os bolos. Diferentes, mas igualmente bons: de chocolate, de amêndoa, de moka, mármore, de canela ou simplesmente de ló.

Se ainda não conhecem, aconselho vivamente que experimentem. Hoje fiz o bolo de canela com maçãs. Querem vir lanchar? :)

Outras formas de arte...


Daqui, mas encontrado aqui :)

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Sábado 24: dia de escola!

Não! Não vou dar aulas, nem tenho reuniões :)

Vou tocar na orquestra de cordas do Conservatório Regional de Castelo Branco, na terra onde lecciono. Espero ter por lá muitos dos meus alunos!

Poder-se-á ouvir, para além da orquestra de cordas, a orquestra de sopros, ambas dirigidas por Paulo Videira. Como solista estará a oboísta Bárbara Patrício ;)

Também o coro Vox On actuará, dirigido por José Manuel Nunes. De destacar o facto de este grupo ser constituído pela turma 5ºB do Agrupamento de Escolas José Sanches de Alcains. Uma razão bem forte para encher o auditório.

terça-feira, janeiro 13, 2009

Uma página bem interessante!

Ao longo de toda a minha carreira, raros foram os anos em que não fui directora de turma (DT). Este ano pedi que não me fosse atribuido esse cargo. Acredito que seja difícil para todos os professores realizarem essa missão, mantendo sempre o sorriso de todos intervenientes. Em casos extremos, chega a ser um papel ingrato, na medida em que nos torna mediadores em situações bastante difíceis. Mas para os professores de Educação Musical é absurdamente complicado!

Imaginem 8 turmas (com 2 ou mais níveis de aprendizagem) e 2 Área de Projecto em simultâneo com a direcção de turma. Imaginem os finais dos períodos: reuniões para preparar, faltas, cartas aos encarregados de educação (...) ao mesmo tempo que se tem de preparar a festa de Natal, o concerto de Páscoa ou de final de ano. Ah!... E 8 conselhos de turma e notas para dar a todos os alunos. Aterrador!

Este ano consegui libertar-me de parte dessa carga. E, mesmo assim, tem sido complicado...

Bem, mas lembrei-me hoje da DT na altura em que vi este site. Sempre que leccionei Formação Cívica (área curricular leccionada pelo DT), utilizei excertos deste livro de cidadania de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada (curiosamente, neste formato digital não aparece em lado nenhum os seus nomes!). É excelente para trabalhar com os alunos questões "simples" como impostos, paz ou justiça, entre outros. Aconselho vivamente!

Daqui a umas horas...

domingo, janeiro 11, 2009

A minha última descoberta no mundo da música...

... foi o grupo Couple Coffee and Band. Ouvimos pela 1ª vez na última noite de 2008. Cabendo à jovem da Antena 1, a terrível tarefa de estar a trabalhar na noite da passagem de ano, optou por passar um concerto ao vivo deste grupo. Divulgavam, na altura, o lançamento do seu mais recente CD com músicas de Zeca Afonso.
Impecável! Mesmo!! O Zeca deve ser dos músicos mais vezes interpretados, mas esta versão é especial. Aconselho vivamente.

Aqui interpretando "Tem Dó" de Vinício de Morais.


E aqui "Os Vampiros" de Zeca Afonso.


Por último, "Conversa de Botequim" de Noel Rosa.

Para quem gosta de música electroacústica...

... aqui fica o link para o myspace do meu amigo João Ferreira. Boas experiências! :D

Música para descontrair

Do premiado documentário "Playing For Change: Peace Through Music"

Lídia Jorge, no "PÚBLICO" de 09.01.2009

"EDUCAÇÃO: OS CRITÉRIOS DA EXCELÊNCIA

A titularidade foi dada a professores bons, excelentes, maus e muito maus. Não premiou nada, porque baralhou tudo.
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1. Ficarão por muito tempo célebres os braços-de-ferro que Margaret Thatcher manteve com os sindicatos do Reino Unido, como conseguiu vencê-los, e como à medida que os humilhava, mais ia ganhando o eleitorado do seu país. Na altura a primeira-ministra britânica era a voz da modernidade liberal, criou discípulos por toda parte, e ainda hoje, apesar do negrume da sua era, há quem se refira à sua coragem como protótipo da determinação governativa. Mas neste diferendo que opõe professores e Governo, está enganado quem associa o seu perfil ao de Maria de Lurdes Rodrigues. Se alguma associação deve ser feita - e só no plano da determinação -, é bom que o faça directamente com a pessoa do primeiro-ministro.De facto, a equipa deste Ministério da Educação tem-se mantido coesa, iniciou reformas aguardadas há décadas, soube transferir para o plano da realidade as mudanças que em António Guterres foram enunciadas como paixão, conseguiu que o país discutisse a instrução como assunto de primeira grandeza, fez habitar as escolas a tempo inteiro, fez ver aos professores que o magistério não era mais uma profissão de part-time, arrancou crianças de espaços pedagógicos inóspitos, e muitos de nós pensámos que a escola portuguesa ia partir na direcção certa. Quando José Sócrates saía com todos os ministros para a rua, nos inícios dos anos lectivos, via-se nesse gesto uma determinação reformista que augurava um caminho de rigor. Não admira que o primeiro-ministro várias vezes tenha falado do óbvio - que era necessário determinar quem eram, na escola portuguesa, os professores de excelência. Era preciso identificá-los, promovê-los, responsabilizá-los, outorgar-lhes credenciais de liderança. Era fundamental que se procedesse à sua escolha. Mas a sua equipa legislou sobre o assunto e infelizmente errou.
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2. Errou ao criar, de um momento para o outro, duas categorias distintas, quando a escola portuguesa não se encontrava preparada para uma diferenciação dual. A escola portuguesa tinha o defeito de não diferenciar, mas tinha a virtude de cooperar. O prestígio do professor junto dos alunos e dos colegas não era contabilizado, mas era a medida da sua avaliação. Pode dizer-se que era uma escola artesanal que necessitava de uma outra sofisticação. Mas, para se proceder a essa modificação com êxito, era preciso compreender os mecanismos que a sustentavam há décadas, e tomar cuidado em não humilhar uma classe deprimida, a sofrer dia a dia o efeito de uma erosão educacional que se faz sentir à escala global. Só que em vez da aplicação cuidadosa e gradual de um processo de mudança, a equipa do Ministério da Educação resolveu criar um quadro de professores titulares, a esmo, à força e à pressa. No afã de encontrar a excelência, em vez de se aplicar critérios de escolha pedagógica e científica, aplicaram-se critérios administrativos, de tal modo aleatórios que deixaram de fora grande percentagem de professores excelentes, muitas vezes os responsáveis directos pelo êxito pedagógico das escolas.O alvoroço que essa busca de um quadro de excelência criou está longe de ser descrito devidamente. Basta visitar algumas escolas para se perceber como a titularidade está distribuída a professores bons, excelentes, mas também a maus e muito maus, e foi negada a professores competentes. Isto é, criou-se um esquema que não premiou nada, porque baralhou tudo. Os erros foram detectados por muita gente de boa fé, em devido tempo, mas o processo avançou, a justiça não foi reposta, nem sequer a nível da retórica política. Pelo contrário, aquilo que a razão mostrava à evidência foi sendo desmentido, adiado, ridicularizado, ou desviado para o campo da luta sindical dita de inspiração comunista.
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3. O segundo instrumento ao serviço da excelência não teve melhor sorte. Era preciso inaugurar nas escolas uma cultura de responsabilidade que até agora fora relegada para determinismos de vária ordem, menos os estritamente pedagógicos, o que era um vício da escola portuguesa, pelo menos até à publicação dos rankings. Mas aí, de novo, a equipa do Ministério da Educação funcionou mal. Se os campos de avaliação do desempenho dos professores estão mais ou menos fixados, e começam a ser universais, os parâmetros em questão foram pensados por mentes burocráticas sem sentido da realidade, na pior deturpação que se pode imaginar em discípulos de Benjamin Bloom, porque um sistema que transforma cada profissional num polícia de todos os seus gestos, e dos gestos de todos os outros, instaura dentro de cada pessoa um huis clos infernal de olhares paralisantes. Ninguém melhor do que os professores sabe como a avaliação é um logro sempre que a subjectividade se transforma em numerologia. Claro que não está em causa a tentativa de quantificação, está em causa um método totalitário que se transforma num processo autofágico da actividade escolar. Aliás, só a partir da divulgação das célebres grelhas é que toda a gente passou a entender a razão da pressa na criação dos professores titulares - eles estavam destinados a ser os pilares dessa estrutura burocrática de que seriam os pivots. Isto é, quando menos se esperava, e menos falta fazia, estavam lançadas as bases para uma nova desordem na escola portuguesa. Como ultrapassá-la?
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4. Não restam muitos caminhos. Ultimamente, almas de boa fé falam de cedência de parte a parte. Negociação, bondade, comissões de sábios. A questão é que não há, neste campo, nenhuma justiça salomónica a aplicar. O objecto em causa não é negociável. Tendo em conta uma erosão à vista, só a Maria de Lurdes Rodrigues, que sabe que foi longe de mais, competiria dizer “Não matem a criança, prefiro que a dêem inteira à outra”, mas já se percebeu que não o vai fazer. Obcecada pela sua missão, que começou tão bem e está terminando mal, quererá ir até ao fim, mesmo que do papel dos mil quesitos que alguém engendrou para si só reste um farrapo. É pena. Depois de ter tido a capacidade de pôr em marcha uma mudança estrutural indispensável para a modernização do ensino, acabou por não ser capaz de ultrapassar o desprezo que desde o início mostrava ter em relação aos professores. E, no entanto, numa política de rosto humano, seria justo voltar atrás, reparar os estragos, admitir o erro sem perder a face. Ou simplesmente passar o mandato a outros que possam reiniciar um novo processo.De facto, em Portugal existem vários vícios na ascensão ao poder. Um deles consiste em não se saber entrar no poder. Pessoas sem perfil técnico, ou humano, aceitam desempenhar cargos para os quais não foram talhados. Parece que toda a gente gosta de um dia dizer ao telefone, no telejornal, “Papá, sou ministro!”, com o resultado que se conhece. Outro é não se saber sair do poder. Houve um tempo em que Mário Soares ensinou ao país como os políticos saem no tempo certo, para retomarem, quando voltam a ser úteis. Os grandes políticos conhecem a lei do pousio. E o objecto da disputa deve ser sempre mais alto do que a própria disputa. É por isso estranho e desmedido o que está a acontecer.
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5. José Sócrates deverá estar a pensar que pode ter pela frente um golpe de sorte - Margaret Thatcher teve a guerra das Falklands - e até pode vir a ter uma maioria absoluta outra vez. Aliás, pelo que se ouve e vê, a frase da ministra da Educação “Perco os professores mas ganho o país”, cria efeitos de grande admiração junto duma população ansiosa por ver braços-de-ferro no ar, sobretudo se eles vierem do corpo de uma mulher. Não falta quem faça declarações de admiração à sua coragem, como se a coragem prescindisse da razoabilidade. E até é bem possível que a Plataforma Sindical um dia destes saia sorridente da 5 de Outubro com um acordo qualquer debaixo do braço, como já aconteceu.Mas a verdade é que, a insistir-se neste plano, despropositado, está-se a fomentar uma cadeia de injustiças e inoperâncias que só a alternância democrática poderá apagar. Se José Sócrates pediu boas soluções e lhe ofereceram estas, foi enganado, e deveria repensar nos seus contratos. Mas se ele mesmo acredita neste processo kafkiano, é uma desilusão, sobretudo para os que confiaram na sua capacidade de ajudar o país a mudar. Neste momento, entre nós, a educação tornou-se uma fábula."

sábado, janeiro 10, 2009

Algumas novas sugestões...


Hoje estive a actualizar o blogue, introduzindo na secção "blogues a descobrir" na barra lateral, mais algumas páginas especialmente interessantes.

Quando tiverem um tempinho livre, poderão dar uma "vista de olhos" ;)

Uma Reportagem Especial a não perder...

Primeiro porque é da minha irmã (eh, eh, eh) e depois porque é de uma importância fulcral, nos dias de hoje, aprender a usar o dinheiro.

PS. Pelo facto de o embed não estar nas melhores condiçoes, vejo-me obrigada a retirar o vídeo e deixar unicamente o link. Sorry!

Já é um pouco em cima da hora, mas...

Masterclasse de Violoncelo com o professor Eduardo Vassalo, nos próximos dias 12, 13 e 14 de Janeiro. Os interessados deverão contactar a professora Luísa Tender (luisatender@esart.ipcb.pt )
Pode ser que ainda seja útil para alguém e que o frio não vos assuste! :)
(Encontrado no blogue do meu atento amigo stalker)

Há quem ainda não tenha medo de dizer o que lhe vai na alma...

Medina Carreia no "Nós por cá" da SIC

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Está muito frio em Castelo Branco!

Que o diga o meu marido que saiu agora mesmo, para ir buscar a filha acabadinha de chegar de Lisboa. Mas neve?! Nem vê-la.

E o que fazemos?

"A arte de educar alunos continua a ser desvalorizada relativamente ao exercício de funções burocráticas. Ser director de um arquivo morto, numa qualquer repartição, continua sendo pecuniariamente mais compensador do que exercer a profissão de professor, numa sala de aula."
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Para ler integralmente aqui.

domingo, janeiro 04, 2009

Mais uns desenhos manga...

... da minha filha B@. Descobri que os vai colocando num site novo: aqui! Para quem gosta de desenho e fotografia é um sítio engraçado!



sábado, janeiro 03, 2009

"No woman no cry"

O autor da letra da famosa música "No woman no cry", Vincent Ford, morreu no passado dia 28 de Dezembro. Tendo conhecido Bob Marley na década de 60 do século passado, escreveu alguns dos temas de maior sucesso do músico jamaicano, entre eles a obra atrás referida, editada no álbum Naty Dread, em 1984.


(encontrado aqui)

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Planos para 2009

Assistam a concertos de qualidade confortavelmente sentados na vossa casa

Acabo de ler no blogue da Classe de Piano do Conservatório Regional de Setúbal uma notícia fenomenal:"A Orquestra Filarmónica de Berlim fez uma aposta de vanguarda. A partir desta temporada é possível comprar "bilhetes" para assistir comodamente em casa aos concertos via internet. O preço por concerto é de 9.90 Euros ou então 89 Euros para a temporada inteira. A qualidade da transmissão é impressionante, assegurada por uma grande variedade de câmaras.Vejam uma demonstração AQUI, onde podem também fazer um (impressionante) teste às capacidades das vossas ligações à internet."

E (vejam só esta maravilha) já podemos saber quais os concertos disponíveis até Junho. Impecável!