Os diversos estilos de música têm os seus próprios rituais. Plateias de jazz aplaudem os músicos após cada improviso, cantores pop pedem à plateia para os acompanhar no refrão de algumas músicas e, para ir um pouco mais longe, o público de shows de música punk deve segurar os músicos que se atiram sobre a plateia. Com a música erudita ocorre o mesmo, mas os rituais da música de concerto podem parecer muito confusos.
O concertino e o maestro - Normalmente o líder dos violinos (concertino) espera até que a orquestra esteja posicionada para se dirigir à plataforma e receber aplausos. Uma nota de afinação soa e os músicos preparam os seus instrumentos. O público deve ficar em silêncio durante a afinação. De seguida, o maestro entra e recebe mais aplausos. Este cumprimenta o concertino, como representante de orquestra. Os músicos sentam-se e o maestro vira-se para a orquestra e a música começa. O maestro não se virará para o público até ao final da peça, que pode demorar de alguns minutos a mais de uma hora.
Quando aplaudir - A música poderá começar e parar algumas vezes. São os intervalos entre os movimentos, apontados nos programas de qualquer peça erudita. Mas somente quando a peça inteira se finda e o maestro baixa os seus braços e se vira para a plateia é que se deve aplaudir. Nunca entre intervalos dos movimentos. O maestro, então, deixa o palco e retorna ao palco repetidas vezes, enquanto os aplausos persistirem. Normalmente, o regente pedirá que alguns músicos ou toda a orquestra se levante para dividir os aplausos.
O solista e os intervalos - Após todo este entra-e-sai, aplausos e agradecimentos, o maestro acaba fora do palco enquanto a orquestra se prepara para a próxima peça. Estantes de música e músicos são adicionados ou retirados do palco. Eventualmente, quando todos estão prontos, o maestro volta ao palco para dirigir a próxima peça. Se houver um solista, este dirigir-se-á para a frente do palco com o maestro e normalmente é o centro da atenção.
Bravo, brava ou bravi - O público pode mostrar entusiasmo extra ao levantar-se enquanto aplaude ou gritando bravo!. Para ser política e gramaticalmente correcto, grite brava para mulheres e bravi para um grupo. Uma curiosidade: hoje em dia não há o costume de se vaiar apresentações consideradas abaixo do nível esperado, mas isto era muito comum há poucos anos e ainda acontece em algumas casas de ópera na Itália, onde há casos de cantores que têm de se refugiar de projécteis atirados pela plateia. No passado, as reacções eram mais violentas. O público tornou inesquecível a primeira apresentação da Sagração de Primavera, com grupos rivais digladiando-se com palavras e uivos. No tempo de Beethoven, tudo era muito diferente, o público da Nona Sinfonia gostou tanto do Scherzo que o aplaudiu enquanto a música ainda era tocada. Os concertos também eram muito diferentes. O Concerto de Violino de Beethoven foi tocado pela primeira vez a partir de seu manuscrito, sem nenhum ensaio e teve os seus movimentos divididos por uma sonata de Franz Clement, tocada com o violino de cabeça para baixo. A première da Symphonia Domestica de Strauss foi na loja de departamentos Wanamaker´s, em Nova Iorque.
Tossir - Mesmo plateias bem informadas cometem grandes gafes, como tossir de maneira violenta entre movimentos ou em momentos de silêncio em meio à performance. O silêncio pode ter especial significado em algumas obras e a acústica da sala de concerto é projectada de modo a amplificar e canalizar o som produzido para a sala inteira. Tossir? Só no fortíssimo. Os momentos de fortíssimo, quando a orquestra ataca com todas as suas forças seriam um momento mais próprio para a tosse.
Telemóvel - Sobre não desligar o telefone, ou mesmo atendê-lo, não é necessário tecer comentários.
De qualquer maneira aplauda e grite (ou vaie) com vontade. Os artistas querem saber o que você achou do concerto.
O concertino e o maestro - Normalmente o líder dos violinos (concertino) espera até que a orquestra esteja posicionada para se dirigir à plataforma e receber aplausos. Uma nota de afinação soa e os músicos preparam os seus instrumentos. O público deve ficar em silêncio durante a afinação. De seguida, o maestro entra e recebe mais aplausos. Este cumprimenta o concertino, como representante de orquestra. Os músicos sentam-se e o maestro vira-se para a orquestra e a música começa. O maestro não se virará para o público até ao final da peça, que pode demorar de alguns minutos a mais de uma hora.
Quando aplaudir - A música poderá começar e parar algumas vezes. São os intervalos entre os movimentos, apontados nos programas de qualquer peça erudita. Mas somente quando a peça inteira se finda e o maestro baixa os seus braços e se vira para a plateia é que se deve aplaudir. Nunca entre intervalos dos movimentos. O maestro, então, deixa o palco e retorna ao palco repetidas vezes, enquanto os aplausos persistirem. Normalmente, o regente pedirá que alguns músicos ou toda a orquestra se levante para dividir os aplausos.
O solista e os intervalos - Após todo este entra-e-sai, aplausos e agradecimentos, o maestro acaba fora do palco enquanto a orquestra se prepara para a próxima peça. Estantes de música e músicos são adicionados ou retirados do palco. Eventualmente, quando todos estão prontos, o maestro volta ao palco para dirigir a próxima peça. Se houver um solista, este dirigir-se-á para a frente do palco com o maestro e normalmente é o centro da atenção.
Bravo, brava ou bravi - O público pode mostrar entusiasmo extra ao levantar-se enquanto aplaude ou gritando bravo!. Para ser política e gramaticalmente correcto, grite brava para mulheres e bravi para um grupo. Uma curiosidade: hoje em dia não há o costume de se vaiar apresentações consideradas abaixo do nível esperado, mas isto era muito comum há poucos anos e ainda acontece em algumas casas de ópera na Itália, onde há casos de cantores que têm de se refugiar de projécteis atirados pela plateia. No passado, as reacções eram mais violentas. O público tornou inesquecível a primeira apresentação da Sagração de Primavera, com grupos rivais digladiando-se com palavras e uivos. No tempo de Beethoven, tudo era muito diferente, o público da Nona Sinfonia gostou tanto do Scherzo que o aplaudiu enquanto a música ainda era tocada. Os concertos também eram muito diferentes. O Concerto de Violino de Beethoven foi tocado pela primeira vez a partir de seu manuscrito, sem nenhum ensaio e teve os seus movimentos divididos por uma sonata de Franz Clement, tocada com o violino de cabeça para baixo. A première da Symphonia Domestica de Strauss foi na loja de departamentos Wanamaker´s, em Nova Iorque.
Tossir - Mesmo plateias bem informadas cometem grandes gafes, como tossir de maneira violenta entre movimentos ou em momentos de silêncio em meio à performance. O silêncio pode ter especial significado em algumas obras e a acústica da sala de concerto é projectada de modo a amplificar e canalizar o som produzido para a sala inteira. Tossir? Só no fortíssimo. Os momentos de fortíssimo, quando a orquestra ataca com todas as suas forças seriam um momento mais próprio para a tosse.
Telemóvel - Sobre não desligar o telefone, ou mesmo atendê-lo, não é necessário tecer comentários.
De qualquer maneira aplauda e grite (ou vaie) com vontade. Os artistas querem saber o que você achou do concerto.
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6 comentários:
Muito bom! Isto deveria ser dado à entrada de cada concerto LOL
Sem margem para dúvidas. Eu juntaria um aviso especial para os ataques psicológicos de tosse entre andamentos. Creio que se trata de uma nova doença certamente.
Bom, isso de facto é o que se procura fazer e entender-se como correcto. :)
Contudo as palmas entre os andamentos ou entre outras partes de obras era muito comum até à bastante pouco tempo atrás... Ainda hoje em vários países p.ex. na Áustria (que recebe centenas de concertos por mês) é comum encontrar aplausos sempre quando alguém se sente na vontade de congratular os músicos, seja em orquestra, seja solo.
Não acho realmente que tenha de haver um "protocolo" para como nos devemos comportar num concerto, desde que haja uma moderação por todos, como é óbvio...
Importantíssimo!
Obrigado (enquanto músico, pois esses comportamentos irritam-me...)
Deixo aqui a sugestão para que se façam cursos de formação para plateias de música. A bem de todos os entusiastas da arte musical. Deixei hoje no meu blogue um post sobre a tosse em salas de concerto que vai de encontro ao exposto aqui...
Essa "cartilha" deveria ser passada no ato da compra do bilhete...muy raro!
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