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quarta-feira, setembro 21, 2011

Vale a pena pensar nisto

Mensagem recebida por email.

"Um agricultor colecionava cavalos e só lhe faltava uma determinada raça. Um dia, descobriu que o seu vizinho tinha esse determinado cavalo e atazanou-o até conseguir comprá-lo. Um mês depois o cavalo adoeceu e ele chamou o veterinário:
- Bem, o seu cavalo está com uma virose, é preciso tomar este medicamento durante 3 dias, no terceiro dia eu retornarei e, caso ele não esteja melhor, será necessário sacrificá-lo.
Ali perto, o porco escutava a conversa toda. No dia seguinte deram o medicamento e foram-se embora. O porco aproximou-se do cavalo e disse:
- Força amigo! Levanta-te daí, senão serás sacrificado!!!
No segundo dia, deram-lhe o medicamento e foram-se embora. O porco aproximou-se do cavalo e disse:
- Vamos lá amigo, levanta-te senão vais morrer! Vamos lá, eu ajudo-te a levantar... Upa! Um, dois, três.
No terceiro dia deram-lhe o medicamento e o veterinário disse:
- Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos.
Quando se foram embora, o porco aproximou-se do cavalo e disse:
- É agora ou nunca, levanta-te depressa! Coragem! Upa! Upa! Isso, devagar! Ótimo, vamos, um, dois, três, agora mais depressa, vá... Fantástico! Corre, corre mais! Upa! Upa! Upa!!! Tu venceste, Campeão!!!
Então, de repente o dono chegou, viu o cavalo a correr no campo e gritou:
- Milagre!!! O cavalo melhorou! Isto merece uma festa... para comemorar, vamos matar o porco!!!

Reflexão: Isto acontece com frequência no ambiente de trabalho e na vida também. Dificilmente se percebe quem é o funcionário que tem o mérito pelo sucesso, por isso saber viver sem ser reconhecido é uma arte; procure ser uma pessoa de valor em vez de uma pessoa de sucesso."

terça-feira, janeiro 20, 2009

Editorial do jornal Ensino Magazine de Dez 2008

Não resisto a aqui colocar o editorial do jornal Ensino Magazine de Dezembro de 2008, onde o seu director, o professor João Ruivo (ex-director do Instituto Politécnico de Castelo Branco), questiona a exequibilidade da avaliação entre pares nos moldes em que nos é proposto pelo ministério da educação.

Avaliar professores é fácil?
João Ruivo

Não! A avaliação de professores não é uma tarefa simples. Que o digam os supervisores que, durante décadas, promoveram a formação inicial e permanente dos nossos docentes. Para avaliar professores requerem-se características pessoais e profissionais especiais, para além de uma formação especializada e de centenas de horas de treino, dedicadas à observação de classes e ao registo e interpretação dos incidentes críticos aí prognosticados.

Cuidado com as ratoeiras! Quem foi preparado para avaliar alunos não está, apenas pelo exercício dessa função, automaticamente preparado para avaliar os seus colegas…

A avaliação de professores é uma tarefa complexa. Desde logo, requer um perfil específico do avaliador. Ou seja, nem todos os professores reúnem as condições para avaliarem. O avaliador terá que ser uma pessoa com conhecimentos especializados, com enorme sensibilidade, com capacidade analítica e de comunicação empática, com experiência de ensino e elevada responsabilidade social. Terá que ser um profissional que sabe prestar atenção, sabe escutar, sabe clarificar, sabe encorajar e ajudar a encontrar soluções, sabe dar opiniões, e que sabe ainda negociar, orientar, estabelecer critérios e assumir todo o risco das consequências da sua acção.
É necessário que domine com rigor as técnicas de registo e de observação de aulas, conheça as metodologias de treino de competências, os procedimentos de planeamento curricular, e as estratégias de promoção da reflexão crítica sobre o trabalho efectuado.

Escolher um avaliador obriga a uma selecção aturada, fundamentada, baseada em critérios de indiscutível mérito e, depois, a uma demorada formação específica e especializada. Para que uma avaliação tenha consequências, o avaliado não pode ter quaisquer dúvidas sobre o mérito do avaliador.

Avaliar é uma tarefa periscópica. O avaliador é chamado a pronunciar-se sobre inúmeros domínios sobre os quais se reflecte o pluridimensional acto de ensinar. Quando avalia, olha o professor sobre variadíssimos ângulos e prismas: aprecia o professor enquanto pessoa, como membro de uma comunidade profissional, como técnico qualificado na arte de ensinar e como especialista das matérias que ensina.

Por outras palavras o avaliador avalia o professor em vertentes tão diferenciadas quanto o são o seu ser, o seu saber e o seu saber fazer. Logo, o avaliador tem que estar atento a um grande número de variáveis que intervêm na função docente: variáveis de produto, de processo, de presságio, de carácter pessoal e profissional…

O avaliador recolhe elementos que permitam avaliar, e depois classificar, o professor enquanto tenta responder às seguintes questões: Onde ensina? O que é que ele ensina? Como é que ensina? O que aprendem os seus alunos? Como se auto avalia? Que capacidade tem para reformular a sua actuação? Com que profundidade domina as matérias que pretende ensinar?

O avaliador não trabalha com o professor apenas na sala de aula. Ele tem que apreender o modo como o professor se envolve com os seus alunos numa situação de classe, mas também como este se implica junto da comunidade escolar e na sociedade que envolve a escola. Porque trabalha com ele como profissional, mas também enquanto pessoa.

Formar um avaliador leva tempo, elevadas doses de paciência, muito treino e conhecimento especializado. A escolha de um avaliador não pode ser casual e, sobretudo, não pode depender de critérios político administrativos.

Porquê? Porque o avaliador tem que saber verificar não só o que os professores fazem, mas também como o fazem e, simultaneamente, garantir a melhoria da qualidade da sua intervenção na sala de aula, bem como a qualidade do produto, isto é, da aprendizagem dos alunos.
Por isso mesmo a avaliação de um professor não pode ser uma actividade episódica, pontual e descontinuada. A avaliação de um professor requer uma actividade continuada, porque importam mais as actividades de reformulação que venham a ser consideradas do que o simples diagnóstico da sua actual situação. A avaliação de um professor é então uma actividade projectada no futuro.

Avaliar um professor é, pois, dizíamos, uma tarefa muito, mesmo muito complexa. Simples, muito simples mesmo, é avaliar um ministro que pensa ser possível reduzir a avaliação dum professor a uma mera empreitada administrativa, compilada em duas páginas de panegíricos ou de recriminações.

ruivo@rvj.pt

domingo, janeiro 11, 2009

Lídia Jorge, no "PÚBLICO" de 09.01.2009

"EDUCAÇÃO: OS CRITÉRIOS DA EXCELÊNCIA

A titularidade foi dada a professores bons, excelentes, maus e muito maus. Não premiou nada, porque baralhou tudo.
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1. Ficarão por muito tempo célebres os braços-de-ferro que Margaret Thatcher manteve com os sindicatos do Reino Unido, como conseguiu vencê-los, e como à medida que os humilhava, mais ia ganhando o eleitorado do seu país. Na altura a primeira-ministra britânica era a voz da modernidade liberal, criou discípulos por toda parte, e ainda hoje, apesar do negrume da sua era, há quem se refira à sua coragem como protótipo da determinação governativa. Mas neste diferendo que opõe professores e Governo, está enganado quem associa o seu perfil ao de Maria de Lurdes Rodrigues. Se alguma associação deve ser feita - e só no plano da determinação -, é bom que o faça directamente com a pessoa do primeiro-ministro.De facto, a equipa deste Ministério da Educação tem-se mantido coesa, iniciou reformas aguardadas há décadas, soube transferir para o plano da realidade as mudanças que em António Guterres foram enunciadas como paixão, conseguiu que o país discutisse a instrução como assunto de primeira grandeza, fez habitar as escolas a tempo inteiro, fez ver aos professores que o magistério não era mais uma profissão de part-time, arrancou crianças de espaços pedagógicos inóspitos, e muitos de nós pensámos que a escola portuguesa ia partir na direcção certa. Quando José Sócrates saía com todos os ministros para a rua, nos inícios dos anos lectivos, via-se nesse gesto uma determinação reformista que augurava um caminho de rigor. Não admira que o primeiro-ministro várias vezes tenha falado do óbvio - que era necessário determinar quem eram, na escola portuguesa, os professores de excelência. Era preciso identificá-los, promovê-los, responsabilizá-los, outorgar-lhes credenciais de liderança. Era fundamental que se procedesse à sua escolha. Mas a sua equipa legislou sobre o assunto e infelizmente errou.
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2. Errou ao criar, de um momento para o outro, duas categorias distintas, quando a escola portuguesa não se encontrava preparada para uma diferenciação dual. A escola portuguesa tinha o defeito de não diferenciar, mas tinha a virtude de cooperar. O prestígio do professor junto dos alunos e dos colegas não era contabilizado, mas era a medida da sua avaliação. Pode dizer-se que era uma escola artesanal que necessitava de uma outra sofisticação. Mas, para se proceder a essa modificação com êxito, era preciso compreender os mecanismos que a sustentavam há décadas, e tomar cuidado em não humilhar uma classe deprimida, a sofrer dia a dia o efeito de uma erosão educacional que se faz sentir à escala global. Só que em vez da aplicação cuidadosa e gradual de um processo de mudança, a equipa do Ministério da Educação resolveu criar um quadro de professores titulares, a esmo, à força e à pressa. No afã de encontrar a excelência, em vez de se aplicar critérios de escolha pedagógica e científica, aplicaram-se critérios administrativos, de tal modo aleatórios que deixaram de fora grande percentagem de professores excelentes, muitas vezes os responsáveis directos pelo êxito pedagógico das escolas.O alvoroço que essa busca de um quadro de excelência criou está longe de ser descrito devidamente. Basta visitar algumas escolas para se perceber como a titularidade está distribuída a professores bons, excelentes, mas também a maus e muito maus, e foi negada a professores competentes. Isto é, criou-se um esquema que não premiou nada, porque baralhou tudo. Os erros foram detectados por muita gente de boa fé, em devido tempo, mas o processo avançou, a justiça não foi reposta, nem sequer a nível da retórica política. Pelo contrário, aquilo que a razão mostrava à evidência foi sendo desmentido, adiado, ridicularizado, ou desviado para o campo da luta sindical dita de inspiração comunista.
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3. O segundo instrumento ao serviço da excelência não teve melhor sorte. Era preciso inaugurar nas escolas uma cultura de responsabilidade que até agora fora relegada para determinismos de vária ordem, menos os estritamente pedagógicos, o que era um vício da escola portuguesa, pelo menos até à publicação dos rankings. Mas aí, de novo, a equipa do Ministério da Educação funcionou mal. Se os campos de avaliação do desempenho dos professores estão mais ou menos fixados, e começam a ser universais, os parâmetros em questão foram pensados por mentes burocráticas sem sentido da realidade, na pior deturpação que se pode imaginar em discípulos de Benjamin Bloom, porque um sistema que transforma cada profissional num polícia de todos os seus gestos, e dos gestos de todos os outros, instaura dentro de cada pessoa um huis clos infernal de olhares paralisantes. Ninguém melhor do que os professores sabe como a avaliação é um logro sempre que a subjectividade se transforma em numerologia. Claro que não está em causa a tentativa de quantificação, está em causa um método totalitário que se transforma num processo autofágico da actividade escolar. Aliás, só a partir da divulgação das célebres grelhas é que toda a gente passou a entender a razão da pressa na criação dos professores titulares - eles estavam destinados a ser os pilares dessa estrutura burocrática de que seriam os pivots. Isto é, quando menos se esperava, e menos falta fazia, estavam lançadas as bases para uma nova desordem na escola portuguesa. Como ultrapassá-la?
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4. Não restam muitos caminhos. Ultimamente, almas de boa fé falam de cedência de parte a parte. Negociação, bondade, comissões de sábios. A questão é que não há, neste campo, nenhuma justiça salomónica a aplicar. O objecto em causa não é negociável. Tendo em conta uma erosão à vista, só a Maria de Lurdes Rodrigues, que sabe que foi longe de mais, competiria dizer “Não matem a criança, prefiro que a dêem inteira à outra”, mas já se percebeu que não o vai fazer. Obcecada pela sua missão, que começou tão bem e está terminando mal, quererá ir até ao fim, mesmo que do papel dos mil quesitos que alguém engendrou para si só reste um farrapo. É pena. Depois de ter tido a capacidade de pôr em marcha uma mudança estrutural indispensável para a modernização do ensino, acabou por não ser capaz de ultrapassar o desprezo que desde o início mostrava ter em relação aos professores. E, no entanto, numa política de rosto humano, seria justo voltar atrás, reparar os estragos, admitir o erro sem perder a face. Ou simplesmente passar o mandato a outros que possam reiniciar um novo processo.De facto, em Portugal existem vários vícios na ascensão ao poder. Um deles consiste em não se saber entrar no poder. Pessoas sem perfil técnico, ou humano, aceitam desempenhar cargos para os quais não foram talhados. Parece que toda a gente gosta de um dia dizer ao telefone, no telejornal, “Papá, sou ministro!”, com o resultado que se conhece. Outro é não se saber sair do poder. Houve um tempo em que Mário Soares ensinou ao país como os políticos saem no tempo certo, para retomarem, quando voltam a ser úteis. Os grandes políticos conhecem a lei do pousio. E o objecto da disputa deve ser sempre mais alto do que a própria disputa. É por isso estranho e desmedido o que está a acontecer.
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5. José Sócrates deverá estar a pensar que pode ter pela frente um golpe de sorte - Margaret Thatcher teve a guerra das Falklands - e até pode vir a ter uma maioria absoluta outra vez. Aliás, pelo que se ouve e vê, a frase da ministra da Educação “Perco os professores mas ganho o país”, cria efeitos de grande admiração junto duma população ansiosa por ver braços-de-ferro no ar, sobretudo se eles vierem do corpo de uma mulher. Não falta quem faça declarações de admiração à sua coragem, como se a coragem prescindisse da razoabilidade. E até é bem possível que a Plataforma Sindical um dia destes saia sorridente da 5 de Outubro com um acordo qualquer debaixo do braço, como já aconteceu.Mas a verdade é que, a insistir-se neste plano, despropositado, está-se a fomentar uma cadeia de injustiças e inoperâncias que só a alternância democrática poderá apagar. Se José Sócrates pediu boas soluções e lhe ofereceram estas, foi enganado, e deveria repensar nos seus contratos. Mas se ele mesmo acredita neste processo kafkiano, é uma desilusão, sobretudo para os que confiaram na sua capacidade de ajudar o país a mudar. Neste momento, entre nós, a educação tornou-se uma fábula."

segunda-feira, dezembro 08, 2008

domingo, outubro 26, 2008

Não posso deixar de salientar a citação de hoje, na barra lateral...

"O sucesso é uma consequência e não um objectivo"
Gustave Flaubert


Numa altura em que nos exigem a entrega dos objectivos individuais para este ano, é curioso ler esta citação do escritor francês do século XIX (1821-1880).

sábado, outubro 18, 2008

E se outras profissões usassem este modelo de avaliação?

Já que muitos jornalistas e comentadores defendem e compreendem o modelo proposto para a avaliação dos docentes, estranho que, por analogia, não o apliquem a outras profissões (médicos, enfermeiros, juízes, etc.).

Se é suposto compreenderem o que está em causa e as virtualidades deste modelo, vamos imaginar a sua aplicação a uma outra profissão, os médicos.
A carreira seria dividida em duas: Médico titular (a que apenas um terço dos profissionais poderia aspirar) e Médico. A avaliação seria feita pelos pares e pelo director de serviços. Assim, o médico titular teria de assistir a três sessões de consultas, por ano, dos seus subordinados, verificar o diagnóstico, tratamento e prescrição de todos os pacientes observados. Avaliaria também um portefólio com o registo de todos os doentes a cargo do médico a avaliar, com todos os planos de acção, tratamentos e respectiva análise relativa aos pacientes. O médico teria de estabelecer, anualmente os seus objectivos: doentes a tratar, a curar, etc... A morte de qualquer paciente, ainda que por razões alheias à acção médica, seria penalizadora para o clínico, bem como todos os casos de insucesso na cura, ainda que grande parte dos doentes sofresse de doença incurável, ou terminal. Seriam avaliados da mesma forma todos os clínicos, quer a sua especialidade fosse oncologia, nefrologia ou cirurgia estética...

Poder-se-ia estabelecer a analogia completa, mas penso que os nossos 'especialistas' na área da educação não terão dificuldade em levar o exercício até ao fim. A questão é saber se consideram aceitável o modelo...

Opinião da advogada Teresa Amaral,
recebida por e-mail

terça-feira, abril 01, 2008

Uma questão bem pertinente...

"São verdadeiros génios os professores que conseguem manter a disciplina e o interesse dos alunos (uma turma inteira – 28 alunos) numa sala de aula durante um dia!
  • Perguntemos aos pais de hoje se conseguem manter os vossos filhos quietos sentados à mesma mesa a conversar?
  • Quanto tempo dura o vosso jantar lá em casa? No meu tempo era a hora sagrada em que estávamos com os nossos pais a conversar à mesa. São os vossos próprios filhos – devem conhecer-lhes os interesses, caramba!
  • Quanto tempo conseguem estar à conversa com eles, ou a ensinar-lhes qualquer coisa? Nem que seja só as boas maneiras?
  • Quanto tempo conseguem prender a atenção dos vossos filhos adolescentes?"

Podem ler todo o texto aqui.

terça-feira, março 25, 2008

Hoje de manhã ouvi uns excertos do Fórum TSF

Falava-se da violência nas escolas. Não ouvi, mas apercebi-me pelo decorrer da discussão, que o secretário de estado Valter Lemos tentou ludibriar a população afirmando que o problema é exterior à escola e esta já tem mecanismos para tratar do assunto e a Confap, através do senhor Albino, considerou as declarações do Procurador-Geral exageradas, até porque existem grandes diferenças entre violência e indisciplina.
Enfim, a criança (lol) do Porto, apesar de ter procedido mal, é fruto da sociedade em que vivemos e como até já pediu desculpas, deverá estar totalmente perdoada. Afinal, não foi violenta, apenas indisciplinada (?!?)
Só sei que ouvi um professor confessar que há uns dias, vendo um aluno fazer um charro ali mesmo na sua aula, o obrigou a sair da sala. Saiu, mas antes chamou-lhe todos os nomes e mandou-o para sítios para onde o professor não foi e prometeu vingança. O professor apresentou a queixa formal, os pais foram chamados à escola por duas vezes (não vieram nem uma nem outra vez), o seu carro foi vandalizado (dois pneus furados e um retrovisor partido) e, quando agora passa pelo aluno, vê-o rir-se e mofar com ele dizendo-lhe na cara: "eu não disse?".
Ahhhh! Claro, o novo estatuto do aluno é a solução perfeita para todos os nossos problemas de violência na Escola. Como diz o outro : "Ai, Jesus!"

segunda-feira, março 24, 2008

Esquema da avaliação dos professores

Segundo me disseram, a avaliação dos professores até vai ser muito fácil! Basta ver o seguinte esquema simplificado :)Pena que não o consiga colocar em movimento...

domingo, março 23, 2008

O que em média um professor do 2º ou 3º ciclos faz durante um ano lectivo:

Recebi esta análise por e-mail, mas podia muito bem ser o meu caso. Aliás, a minha situação será ainda mais paradigmática uma vez que, sendo a minha situação idêntica à descrita, ainda tenho mais duas turmas. Nunca tinha pensado deste ponto de vista... :(
E não estão aqui contabilizadas as aulas de substituição, nem o tempo e material que utilizamos para programar actividades com os alunos (visitas de estudo, concertos...)


"Com base no meu "estudo" pessoal_Lurdes Paraíso
Lecciono 6 turmas em Educação Visual, no total de 117 alunos
Lecciono 1 turma em Formação Cívica, de 19 alunos
Lecciono 1 turma em Área Projecto, de 23 alunos
Lecciono Aulas de Complemento Curricular no 1.º ciclo, no Clube de Artes, do 1.º ao 4.º ano, no total de 21 alunos
Lecciono o Clube de Jornalismo, no total de 13 alunos
Logo trabalho em contextos específicos com 193 alunos

A
Documentação/papeis criados, preenchidos e tratados:
1- Início do ano: Planificações (1 pág. por turma/disciplina/área = total de 10 págs.); Critérios de Avaliação/correcção (1 pág. por turma/disciplina/área = total de 10 págs.); Descriminação de competências a atingir (1 pág. por turma/disciplina/área = total de 10 págs.); articulações interdisciplinares (1 pág. por turma = total de 6 págs.); (...)
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são fotocopiadas (1 exemplar para o dossier de Directores de Turma, no Plano Curricular de Turma, 1 ex. para o Conselho Executivo, anexo à acta, 1 ex. para os nossos registos pessoais, 1 ex. para o dossier de Departamento ...)
Logo, num total de 36 páginas (120 fotocópias)
Se temos alunos com "NEE", serão mais 4 páginas de documentação, fotocopiadas em triplicado, logo 12 págs.)
Ficam de fora, testes diagnósticos (117 fotocópias e 6 relatórios = 6 págs.)

2- a meio de cada período (Avaliações Intercalares): registo de avaliações intercalares (1 pág. por turma/disciplina = total de 8 págs.) (...)
Logo 3 períodos, num ano lectivo, no total de 24 págs.)

3- Final de período: fichas de avaliação (1 pág. por aluno = total de 193 págs. Fotocopiadas em duplicado); ficha de avaliação de Formação Cívica, Área Projecto, Clube de Jornalismo, Educação para a saúde, Clube de Artes (1.º ciclo) (1 pág. por disciplina/área = total de 5 págs.)
Logo, num total de 198 págs. (394 fotocópias)
Logo, tendo 3 períodos lectivos, dá um total de 594 págs. (1182 fotocópias)

4- Sou Directora de Turma: início do ano: Plano Curricular de Turma (25 págs., fotocopias: 1 ex. para dossier de Direcção de Turma, 1 ex. para o Conselho Executivo); Planos de Recuperação (este ano tive 6 alunos com) (cada plano 4 págs., logo 24 págs., fotocopiadas duplicado); registo de faltas (10 disciplinas, registadas em fichas e depois no sistema informático); preenchimento das fichas de avaliação (total de 19 páginas); (…)
Logo, num total de 78 págs. (98 fotocópias)

5- No último período, ainda relatórios de avaliação: para Formação Cívica (1 pág.); para Área Projecto (1 pág.); para Clube de jornalismo (1 pág.); como Directora de turma: para avaliação da turma (2 págs.); para Planos de Acompanhamento (1 pág.); para Retenção (1 pág. por aluno, depende das retenções); para Retenção Repetida (3 pág. por aluno, depende das retenções repetidas); para Planos de Recuperação (1 pág. por aluno, vou fazer 6, porque tenho 6 alunos em Planos = 6 págs.); para Director de Turma, sobre o meu trabalho desenvolvido (média 3 págs.); para o Clube (1 pág.); para o 1.º Ciclo (1 pág.); (…)
Logo, num total no mínimo de 22 págs. (44 fotocopias)

Como compreenderá, deve estar a escapar-me alguma coisa, ou haver aqui alguma margem de erro,

Em resumo (ao longo dum ano lectivo):
a) Trabalho com…_193 alunos
b) Posso criar, analisar, preencher, ("passam-me pelas mãos") … _758 páginas (papel)
c) Estão envolvidos aproximadamente… _1 456 fotocópias/PB
d) Faço em média… _17 367 registos (mão livre/informatizados) em documentos oficiais
(explico a seguir) Nas fichas de avaliação dos alunos (1 por aluno = 193 alunos) são registados dados (cruzes, abreviaturas de menções qualitativas, etc.):
Educação Visual_7 dados/aluno x 117 alunos x 6 turmas x 3 períodos = 14742 registos;
Formação Cívica_7 dados/aluno x 19 alunos x 3 períodos = 399 registos;
Área Projecto _5 dados/aluno x 23 alunos x 3 períodos = 345 registos;
Como Directora de Turma (preencher dados como: nome, números, faltas, cruzes de avaliação global, cruzes de recomendações ao encarregado de educação) = aproximadamente: 33 dados/aluno x 19 alunos x 3 períodos = 1881 registos
e) Somando os registos oficiais com os pessoais (alínea a + e), dá…_30 003 registos totais
(explico a seguir) Se considerar os dados que manipulo antes de os introduzir nos documentos oficiais, então será só na disciplina de Educação Visual, o seguinte:
3 Trabalhos (média) por período x 12 registos (12 critérios de avaliação/correcção em Excel) x 3 períodos x 117 alunos (em Educação Visual) = 12636 registos pessoais

B
Reuniões ao longo do ano lectivo: 91 reuniões


a) Conselhos de Turma:
1 Setembro + 1 início ano lectivo (após as aulas começarem) + 1 fins de Setembro
+ 1 Intercalar do 1.º período + 1 final do 1.º período (avaliação) + 1 intercalar do 2.º período + 1 final do 2.º período (avaliação) + 1 intercalar do 3.º período + 1 final do 3.º período (avaliação) x 6 turmas = total de 54 reuniões

b) Encarregados de Educação, porque sou também Directora de Turma:
1 Início aulas + fim 1.º período + fim 2.º período + fim do 3.º período x 1 turma = total de 4 reuniões
(fora as reuniões que vou tendo com Encarregados de Educação nas horas de atendimento e a título individual)

c) Outras reuniões:
Reunião Geral (2 reuniões/ano) + Conselho de Directores de Turma (10 reuniões/ano) + Áreas Curriculares não Disciplinares (3 reuniões/ano) + Clubes e Projectos (3 reuniões/ano) + Departamento (11 reuniões/ano) + reuniões diversas, tipo preparar actividades extra-curriculares (média 4 reuniões/ano) = total de 33 reuniões

C
Outros indicadores, que "não têm papel", nem convocatórias:
- Ensino Educação Visual, sou "psicóloga", "mãe/pai", procuro resolver problemas de indisciplina, de zangas, de "guerras e guerrinhas", ouço desabafos, confidências, avalio e envio relatórios para Segurança Social, Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, quando é necessário; _nota: trabalho com adolescentes
- Atendo Pais e Encarregados de Educação, articulo com eles, mas não recebo outros Pais ou Encarregados de Educação de que tanto preciso, porque não querem, ou, não podem vir à escola; - Participo na organização, colaboração de actividades extra-curriculares, tipo: Festa de Natal, Carnaval, Páscoa, "Feira de Maio", Encerramento Ano Lectivo, (…);
- Faço a paginação do jornal da escola (28 págs. /jornal x 3 períodos = 84 págs.)
- (Fazendo uma média de dois trabalhos por período na minha disciplina), observo e acompanho: 117 alunos x 2 trabalhos/média/período x 3 períodos =702 trabalhos práticos.
- (…)"

quinta-feira, março 20, 2008

Acabou-se!

Mário Crespo (jornalista da SIC) afirma que "Maria de Lurdes Rodrigues não tem condições para continuar a gerir o sistema de educação em Portugal." E explica porquê...