O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos
sábado, outubro 11, 2008
Prémios...
Com IMENSOS dias de atraso, aqui coloco dois prémios que, amavelmente, me foram aferecidos pela bell. Mas sem tempo, nem vontade, deixo para mais tarde a atribuição dos mesmos a blogues especiais. Já me começo a perder, atacada por um cansaço, cansaço... (O que, nesta altura do ano, é muito mau!)
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2 comentários:
Coragem! Nós vamos sobreviver a tudo isto. Custa ao início, depois adaptamo-nos.
Beijinhos, continuação de bom fds!
Exactamente por saber que nos adaptaremos, é que ando mais triste... E que aguentarei, não tenho dúvidas. Afinal ainda vou tendo alguma energia. Mas a que custo? Alguém fica a perder sempre que estou em reuniões pós-laborais ou em casa (ao serão) a trabalhar...
:(
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