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domingo, abril 14, 2013

Tanta coisa boa, meu Deus!!!!!!! APROVEITEM!


Caros amigos, aqui deixamos o convite e o programa completo do Moura BD 2013 e da Feira do Livro de Moura. Chamamos a atenção para a Sessão de Homenagens a Vassalo de Miranda, Hugues barthe e Zé Manel, bem como a entrega de Prémios dos Concursos de BD e cartune, no dia 27 de Abril, sábado, às 15:00 horas, no Cine-Teatro Caridade.


33ª. Feira do Livro e 18.º Moura BD

19 de Abril a 1 de Maio 2013

Programa

19 de Abril

18h00    | Espaço da Feira
Inauguração da Feira do Livro e do Moura BD
Visita aos diferentes espaços onde há actividades a decorrer

21h00    | Cine-Teatro Caridade
Apresentação do livro Prisioneiros do Esquecimento de Valdemiro Correia
Histórias da Manta, sobre a Guerra Colonial
                                                                                                                         
20 de Abril

10h00 | 15h00 | Espaço da Feira
Pequeno curso prático de culinária
Museu Gordillo | 10h00 – 12h00
                14h00 – 16h00
Workshop de Cinema de Animação
(inscrições grátis)
14h00    | Arruada com os Gigabombos

Espaço da Feira | 15h30
Lançamento do nº 9 dos “Cadernos Moura BD”(reedição de “O Cabo das Tormentas”, de
Vassalo de Miranda) e do catálogo de caricaturas “Eros uma vez… o humorista Zé Manel”,
 com a presença dos autores e de Osvaldo de Sousa

18h00    | Espaço da Feira
Apresentação do livro Letras ígneas, de Miguel Tiago

21h30    | CTC
Teatro para pais e filhos: Os macacos não se medem aos palmos de Manuel António Pina
  
21 de Abril
Museu Gordillo | 10h00 – 12h00
Workshop de Cinema de Animação

10h00 | 15h00 | Espaço da Feira
Pequeno curso prático de culinária
Espaço da Feira | 15h30
Apresentação da colecção de livros infanto-juvenis “Pippa Palito & Rafa Trivela – Uma dupla brutal”, de António Varela, Carlos Laranjeira e Paulo Gameiro, com a presença dos autores

Espaço Inovinter | 17h00
Workshop de Cinema de Animação: Visionamento dos filmes produzidos
(entrada livre)
18h00    | Espaço da Feira
Apresentação dos livros: “Poesias” de Joaquim Costa (reedição) e
“Joaquim Costa: poeta de Moura”, banda desenhada de Carlos Rico

21h30    | Espaço da Feira
Raízes do Sul  
22 de Abril
9h30/12h30        | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, Padrinhos de Leitura

14h00/17h00     | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, Padrinhos de Leitura

18h00    | Espaço da Feira
Needlework – Atelier de costura

21h30    | Espaço da Feira
Grupo de Música Popular Ardila

23 de Abril, dia mundial do livro

9h30/12h30        | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros

14h00/17h00     | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros

17h30    | Espaço da Feira
Apresentação do livro Sentir nas letras de Catarina Parreira

18h00    | Espaço da Feira
Needlework – Atelier de costura

21h30    | Espaço da Feira
Pessoa revisitado, pelo Grupo de Teatro Carpe Diem

24 de Abril
9h30/12h30        | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros

14h00/17h00     | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros

18h00    | Espaço da Feira
Needlework – Atelier de costura

21h30    | Espaço da Feira
Espectáculo de comemoração do 25 de Abril
Actuação musical com o Grupo “Outra Margem”

25 de Abril
11h00    | Espaço da Feira
                Hora do Conto

15h00    | Espaço da Feira
Apresentação do livro: Os demónios de Álvaro Cobra, de Carlos Campaniço

17h30    | Espaço da Feira        
Corre, corre cabacinha, pelo Grupo de Teatro Papa-Léguas

21h30    | Espaço da Feira
Actuação musical do grupo “Los quatro vientos”

26 de Abril
9h30/12h30        | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros

14h00/17h00     | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros

18h00    | Espaço da Feira
Needlework – Atelier de costura

21h30    | CTC
“Braguesas, beiroas e outras amantes”, com Fernando Tordo

27 de Abril
10h00    |  15h00  |  Espaço da Feira
Pequeno curso prático de culinária

14h30    | Espaço da Feira        
Apresentação do livro Migração dos Sabores

15h00    | Espaço da feira
Apresentação do livro “A árvore”, de Bruno Rodrigues
Cine-Teatro Caridade | 15h00
Entrega de Prémios do 13º. Concurso Escolar de BD
e do 16º. Concurso de Banda Desenhada e Cartune
Sessão de Homenagens e entrega dos “Troféus Balanito” a
Vassalo de Miranda, Hugues Barthe e Zé Manel.

                Espaço da feira | 16h30
Sessão de autógrafos com Vassalo de Miranda, Hugues Barthe e Zé Manel
21h30    | Espaço da Feira
Projecto Amália Sempre, com Al-Mouraria e Inês Gonçalves

28 de Abril
10h00    |  15h00  |   Espaço da Feira
Pequeno curso prático de culinária
Espaço da feira | 17h30
Teatro: “Ribanho”, pelo Grupo Al-Manijah (Moura)

Espaço da feira | 18h00
Apresentação do livro de Luís Afonso “O Comboio das Cinco”
(edições Abysmo), com a presença do autor
21h30    | Espaço da Feira
Poesia e música da Lusofonia, com José Fanha

29 de Abril
9h30/12h30        | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros

14h00/17h00     | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros

18h00    | Espaço da Feira
Needlework – Atelier de costura

21h30    | CTC
Conservatório Regional do Baixo Alentejo

30 de abril
9h30/12h30        | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros

14h00/17h00     | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros

18h00    | Espaço da Feira
Needlework – Atelier de costura

21h30    | CTC
Bluez’in concert
1 de Maio
11h00    | Espaço da Feira
                Hora do Conto

15h00    | Espaço da Feira
Cerimónia de entrega dos diplomas aos Padrinhos de Leitura 2013

17h00    | Espaço da Feira
                Ideal Alentejano

19h30    | Encerramento da Feira do Livro e do Salão Moura BD
Notas finais

Salão Moura BD
1) Todos os dias haverá sessões contínuas de Cinema de Animação, no Espaço Inovinter, com entrada livre (parceria entre a Câmara Municipal de Moura e o Cinanima – Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho).

2) Durante os dias de semana, mediante marcação prévia, haverá visitas guiadas às exposições do salão para grupos (mínimo 10 pessoas).

Feira do Livro
Durante a Feira haverá sessões regulares de Hora do Conto, sempre que houver meninos interessados .
Como habitualmente, estará em funcionamento durante a Feira, o espaço da Ludoteca, destinado aos mais pequenos.

terça-feira, junho 07, 2011

Notícia de última hora

Ai, meu irmão! Nem imaginas como ficaria feliz por estar ao pé de ti nesse dia. Adoro-te e partilhar contigo contigo esse momento de felicidade seria fantástico!... E com apresentação do jornalista Pedro Coelho!! Uau!

sábado, abril 30, 2011

A música no romance de Joaquim de Oliveira Ribeiro

Joaquim de Oliveira Ribeiro, autor do livro que, nos últimos dias tenho vindo a anunciar, não é músico. Não frequentou nenhuma escola de música, mas é um artista. Mesmo! Pinta, faz caricaturas, bandas desenhadas e, obviamente, escreve. Como disse, não é músico. Mas observem bem as seguintes frases que retirei do seu mais recente romance "Correntes do Índico" e vejam se a arte dos sons não está tão presente na sua obra. Boa, manito!
"...O galo esganiçado do costume cantou algures como que autorizando os ruídos do dia a instalarem-se definitivamente na casa, e sentiu o sorriso satisfeito emergir-lhe de repente no rosto inchado. Era um mundo novo que se impunha, sumptuoso e irrecusável. Espreguiçou-se despudoradamente e abraçou-o sem reticências. Não era ainda tarde, por isso, numa atitude rotineira, vagou pelo enorme casarão colonial, abrindo portas e janelas com o vagar de quem se sente ausente do tempo, desfrutando cada momento, cada gesto com um tal deleite que quase roçava a volúpia. Movimentava-se balanceando os desmesurados quadris ao compasso alegre de uma melodia, mais sussurrada que cantada. Parava aqui e ali, olhando o céu límpido e as calmíssimas águas da baía do Espírito Santo, lá ao fundo, flutuando sobre a copa das árvores do quintal. Ouvia a sirene de um vapor, dos tantos que ao longo do dia por ali passavam e, mais uma vez, recordou o sonho que pensava fazer já parte do passado. Um assomo de tristeza feriu-lhe a bonomia do rosto."

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(excerto das páginas 10 e 11, "Correntes do Índico", editora Guerra e Paz)




Descobri hoje que, para além das lojas Fnac, também nas livrarias Bertrand é possível adquirir este romance. Espero que, desta vez, o seu livro tenha um maior sucesso de vendas, já que a anterior editora (Pergaminho) não o soube divulgar convenientemente. Na Bertrand de Castelo Branco disseram-me que ainda existem três exemplares do seu 1º romance "A morte de D. Resgate", daquelas sobras em mau estado. Mas é só. Não apostando num novo autor, fizeram uma tiragem demasiado pequena para a procura. Que malandros...



Desta vez é que é!! Porque não aproveitar a feira do livro de Lisboa? :D

terça-feira, abril 19, 2011

Novo romance na família

A partir de 26 Abril estará à venda o último romance do meu irmão mais velho "Correntes do Índico", baseado em factos reais.
Mais uma vez, retrata uma ambiência africana que lhe ficou enraizada após a sua passagem por Moçambique. Dizem que quem lá viveu não esquece mais e, no caso do meu irmão, não só não esquece como faz questão de lembrar, através dos seus romances. O primeiro foi "A morte de D. Resgate" editado pela editora Pergaminho. Desta vez, é na Guerra e Paz e será comercializado ao preço de 14,90 euro. Caso o apreciem, por favor divulguem :D

domingo, janeiro 02, 2011

Felicidade

Imaginem um rapaz correndo de mota numa estrada secundária. O vento bate-lhe no rosto. O rapaz fecha os olhos e abre os braços, como nos filmes, sentindo-se vivo e em plena comunhão com o universo. Não vê o camião irromper do cruzamento. Morre feliz. A felicidade é quase sempre uma irresponsabilidade. Somos felizes durante os breves instantes em que fechamos os olhos.
(in: O Vendedor de Passados de José Eduardo Agualusa)

terça-feira, julho 06, 2010

Ando distraída..

Só há pouco me apercebi do que aconteceu ao final da manhã. Estando na escola e procurando novos assuntos para colocar no Nov@Picota on-line, resolvi ir até à wikipédia. Procurei acontecimentos importantes ocorridos no dia 6 de Julho (hoje) ao longo da História. Seleccionei os que considerei mais pertinentes para o jornal e parti para outras tarefas.
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Só agora, através do facebook, me apercebo da importante notícia que lá estava: morreu hoje a grande escritora portuguesa Matilde Rosa Araújo.
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A pouco e pouco, vão falecendo os grandes nomes da cultura portuguesa... :(



sexta-feira, julho 10, 2009

Já está à venda uma nova edição...


... de "A arca dos contos" de que falei aqui. Através de uma visita ao Fantasia, de alguém buscando este tema, descobri que já existe uma nova edição. É claro que já encomendei! É fantástico para oferecer a todos os professores :D

Estranho é o facto de não fazerem referência ao facto de ser uma nova edição... Aliás, têm a informação como sendo de 2004, tendo eu contactado a editora em 2007 e, na altura, estava para sair em Outubro a nova edição, agora integralmente portuguesa (lol). A anterior tinha umas deliciosas ilustrações de Danuta Wojciechowska.

Provavelmente 2004 terá sido a data em que foi editada a 1ª versão. Agora, alteraram apenas a imagem... Não está muito correcto, mas enfim... Podem aceder por aqui.
Recomendo vivamente a sua aquisição!

quarta-feira, julho 01, 2009

Apesar do tamanho, não resisto...

Miguel Sousa Tavares
Segunda-feira, 29 de Jun de 2009

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Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha ena companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmopercurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, éuma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursãopela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsitocerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis.Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela estáespantada com o que vê:
- É sempre assim, esta auto-estrada?
- Assim, como?
- Deserta, magnífica, sem trânsito?
- É, é sempre assim.
- Todos os dias?
- Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.
- Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?
- Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam queo desenvolvimento era isto.
- E têm mais auto-estradas destas?
- Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto,vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não hánenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio.Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, napoupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. - respondi, rindo-me.
- E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacionalestá cheia de camiões?
- Porque assim não pagam portagem.
- E porque são quase todos espanhóis?
- Vêm trazer-nos comida.
- Mas vocês não têm agricultura?
- Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem queproduzir não é rentável.
- Mas para os espanhóis é?
- Pelos vistos...
Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:
- Mas porque não investem antes no comboio?
- Investimos, mas não resultou.
- Não resultou, como?
- Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linhaLisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.
- Mas porquê?
- Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não hárestaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Porisso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estadoperde centenas de milhões todos os anos.
- E gastaram nisso uma fortuna?
- Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às trêshoras e meia que demorava a viagem há cinquenta anos...
- Estás a brincar comigo!
- Não, estou a falar a sério!
- E o que fizeram a esses incompetentes?
- Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encheremo país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umasameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.
- Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?
- Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km.
Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.
- Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?
- Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não mefalha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGVdeles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof. VitalMoreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota,para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois,pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e,finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.
- Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois voltapara trás e entra em Lisboa?
- Isso mesmo.
- E como entra em Lisboa?
- Por uma nova ponte que vão fazer.
- Uma ponte ferroviária?
- E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todosos dias para Lisboa.
- Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!
- Pois é.
- E, então?
- Então, nada. São os especialistas que decidiram assim.
Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava afasciná-la.
- E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se aauto-estrada está deserta...
- Não, não vai ter.
- Não vai? Então, vai ser uma ruína!
- Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para osbancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração éque vai ser uma ruína - aliás, já admitida pelo Governo - porque, de facto,nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para ojustificar.
- E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?
- Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!
- E vocês não despedem o Governo?
- Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV comEspanha foi a oposição, quando era governo...
- Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGVque já sabem que vai perder dinheiro?
- Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.
- O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?
- A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.
- Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm deter?
- É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade.
Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que elapareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:
- E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?
- O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50quilómetros de Lisboa.
- Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro dacidade, e fazer um novo?
- É isso mesmo. Dizem que este está saturado.
- Não me pareceu nada...
- Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelarcerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás,estão a liquidar a TAP.
- Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar ascompanhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para umpequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?
- Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser umhub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para aEuropa: um sucesso garantido.
- E tu acreditas nisso?
- Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o queé aquilo?
- Um lago enorme! Extraordinário!
- Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.
- Ena! Deve produzir energia para meio país!
- Praticamente zero.
- A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!
- A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.
- Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber,serve para regar - ou nem isso?
- Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem operímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agriculturanão tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais.
- Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve paranada?
- Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é oque nós fazemos mais e melhor.
Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-separa me olhar bem de frente:
- Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?
- Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundofora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer todasas asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres eenlouqueceremos de vez.
Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento.E suspirou:
- Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajarcomo Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!

quarta-feira, junho 24, 2009

Desta vez é com José Eduardo Agualusa...

aqui falei da Boca.
Já há algum tempo lhe havia perdido o rasto...
Hoje foi ela que me encontrou!
Fico feliz por saber que continua activa e gostei de saber que avançam com escritores lusófonos... Boa!

terça-feira, março 31, 2009

Encontrei um blogue novo...

... que me encantou. Não sei porquê, há poucos blogues que me seduzem assim. Cada post está repleto de ternura, de paixão! Uma escritora/mãe/educadora que nos indica caminhos possíveis para o Sonho. Estudar não é só ler livros
que há nas escolas
É também aprender a ser livre
sem ideias tolas.
Ler um livro é muito importante
às vezes urgente.
Mas os livros não são o bastante
para a gente ser gente.
É preciso aprender a escrever
mas também a viver
mas também a sonhar.
É preciso aprender a crescer
aprender a estudar.
Estudar também é repartir
também é saber dar.

José Carlos Ary dos Santos

(A imagem e o poema foram trazidos de )

domingo, março 08, 2009

Anedota ou realidade?


Numa manhã, a professora pergunta ao aluno:
- Diz-me lá quem escreveu Os Lusíadas?
O aluno, a gaguejar, responde:
- Não sei, Sra. Professora, mas eu não fui.
E começa a chorar. A professora, furiosa, diz-lhe:
- Pois então, de tarde, quero falar com o teu pai.

Em conversa com o pai, a professora faz-lhe queixa:
- Não percebo o seu filho. Perguntei-lhe quem escreveu Os Lusíadas e ele respondeu-me que não sabia, que não foi ele...
Diz o pai:
- Bem, ele não costuma ser mentiroso, se diz que não foi ele, é porque não foi. Já se fosse o irmão...

Irritada com tanta ignorância, a professora resolve ir para casa e, na passagem pelo posto local da G.N.R., diz-lhe o comandante:
- Parece que o dia não lhe correu muito bem...
- Pois não, imagine que perguntei a um aluno quem escreveu Os Lusíadas respondeu-me que não sabia, que não foi ele e começou a chorar.
O comandante do posto:
- Não se preocupe. Chamamos cá o miúdo, damos-lhe um 'aperto', vai ver que ele confessa tudo!

Com os cabelos em pé, a professora chega a casa e encontra o marido sentado no sofá, a ler o jornal. Pergunta-lhe este:
- Então o dia correu bem?
- Ora, deixa-me cá ver... Hoje perguntei a um aluno quem escreveu Os Lusíadas. Começou a gaguejar, que não sabia, que não tinha sido ele e pôs-se a chorar. O pai diz-me que ele não costuma ser mentiroso. O comandante da G.N.R. quer chamá-lo e obrigá-lo a confessar. Que hei-de fazer a isto?
O marido, confortando-a:
- Olha, esquece. Janta, dorme e amanhã tudo se resolve. Vais ver que se calhar foste tu e já não te lembras...!

Tenho consciência que esta história é um pouco exagerada, tendo em conta que se trata de Os Lusíadas. Mas caso se tratasse de uma qualquer outra obra de vulto... Não sei, não! Temos, hoje em dia, inúmeros alunos nas escolas que apenas as frequentam para se socializarem e tomarem as refeições diárias... :(

segunda-feira, janeiro 26, 2009

O futuro da música depois da morte do CD

O livro está disponível para download desde o dia 19 deste mês. O futuro da música depois da morte do CD, idealizado pelo sociólogo Sérgio Amadeu da Silveira e pelo Jornalista Irineu Franco Perpétuo, é uma colectânea de opiniões sobre o impacto das redes digitais na criação, produção e distribuição da música.

segunda-feira, outubro 06, 2008

Adaptação de Eça de Queirós para BD

Já leram o romance de Eça de Queirós O Primo Basílio?

Eça, mais uma vez (já antes o havia feito em O Crime do Padre Amaro), aproveita a sua escrita para criticar os podres da burguesia no século XIX (não muito diferente nos tempos modernos, aliás...). As personagens de O Primo Basílio podem ser consideradas o protótipo da futilidade, da ociosidade daquela sociedade. O espaço é Lisboa, a casa de Luísa e de Jorge, o Paraíso, o Alentejo, embora esses dois últimos lugares não sejam mostrados pelo narrador, apenas referidos. (...) Paris é o cenário que devolve Basílio a Luísa, trazendo a alegria e a novidade de uma vida de prazeres e aventuras.

Pois bem, há quem se delicie a ler este autor português e há quem se delicie a desenhar a sua obra. O meu irmão mais velho, amante da pintura e do desenho desde que o conheço, resolveu juntar os seus dois prazeres (leitura e desenho) e iniciar um novo projecto: adaptar O Primo Basílio para banda desenhada.

Confesso que estou a adorar! Partilho, para já, a primeira página...

sábado, agosto 09, 2008

Ai, esta ideia é giríssima!

Dois publicitários brasileiros criaram uma empresa que edita livros baseados em música. A ideia surgiu há uns anos atrás quando os dois tinham uma banda e compunham obras inspiradas em textos de Edgar Allan Poe, Hemingway, entre outros. Em 2006 iniciaram a actividade online com 12 livros e, após uma grande adesão dos bloguistas, a ideia desenvolveu-se. Até hoje, já editaram 71 romances. Recebem e analisam propostas de leitores e, ou editam logo ou devolvem com anotações de alterações, pois pretendem manter um bom nível de edição.

A Mojo é a primeira editora 100% digital do Brasil e a sua proposta é simples: se música fosse literatura, que história contaria? Se estiverem interessados em ler alguma música em especial, procurem no site Mojo, pode ser que já lá esteja. Caso contrário, aventurem-se na escrita de um romance. É tudo digital, mas não deixa de ser interessante... Música para ler!

domingo, julho 13, 2008

Pesquisa de livros em Português


Uma parceria memorável com a Leya vai permitir ao Google digitalizar obras de autores portugueses e disponibilizá-las a milhões de utilizadores via Web.


Google disponibiliza livros da Leya na Internet

(daqui)


terça-feira, abril 15, 2008

Os tempos passam e a vergonha é a mesma

Texto de Cleide Canton (poetisa brasileira da actualidade) e Ruy Barbosa (1849-1923) - jurista, político, diplomata, escritor, filólogo, tradutor e orador brasileiro. Por Rolando Boldrim.

segunda-feira, março 24, 2008

Perguntas à Língua Portuguesa


Recebi por e-mail esta delícia escrita por Mia Couto, o encantador de palavras. Partilho-o...

Venho brincar aqui no Português, a língua. Não aquela que outros embandeiram. Mas a língua nossa, essa que dá gosto a gente namorar e que nos faz a nós, moçambicanos, ficarmos mais Moçambique. Que outros pretendam cavalgar o assunto para fins de cadeira e poleiro pouco me acarreta.

A língua que eu quero é essa que perde função e se torna carícia. O que me apronta é o simples gosto da palavra, o mesmo que a asa sente aquando o voo. Meu desejo é desalisar a linguagem, colocando nela as quantas dimensões da Vida. E quantas são? Se a Vida tem é idimensões?

Assim, embarco nesse gozo de ver como escrita e o mundo mutuamente se desobedecem. Meu anjo-da-guarda, felizmente, nunca me guardou.

Uns nos acalentam: que nós estamos a sustentar maiores territórios da lusofonia. Nós estamos simplesmente ocupados a sermos. Outros nos acusam: nós estamos a desgastar a língua. Nos falta domínio, carecemos de técnica. Ora qual é a nossa elegância? Nenhuma, excepto a de irmos ajeitando o pé a um novo chão. Ou estaremos convidando o chão ao molde do pé? Questões que dariam para muita conferência, papelosas comunicações. Mas nós, aqui na mais meridional esquina do Sul, estamos exercendo é a ciência de sobreviver. Nós estamos deitando molho sobre pouca farinha a ver se o milagre dos pães se repete na periferia do mundo, neste sulbúrbio.

No enquanto, defendemos o direito de não saber, o gosto de saborear ignorâncias. Entretanto, vamos criando uma língua apta para o futuro, veloz como a palmeira, que dança todas as brisas sem deslocar seu chão. Língua artesanal, plástica, fugidia a gramáticas. Esta obra de reinvenção não é operação exclusiva dos escritores e linguistas. Recriamos a língua na medida em que somos capazes de produzir um pensamento novo, um pensamento nosso. O idioma, afinal, o que é senão o ovo das galinhas de ouro? Estamos, sim, amando o indomesticável, aderindo ao invisível, procurando os outros tempos deste tempo. Precisamos, sim, de senso incomum. Pois, das leis da língua, alguém sabe as certezas delas?

Ponho as minhas irreticências. Veja-se, num sumário exemplo, perguntas que se podem colocar à língua:
· Se pode dizer de um careca que tenha couro cabeludo?
· No caso de alguém dormir com homem de raça branca é então que se aplica a expressão: passar a noite em branco?
· A diferença entre um ás no volante ou um asno volante é apenas de ordem fonética?
· O mato desconhecido é que é o anonimato?
· O pequeno viaduto é um abreviaduto?
· Como é que o mecânico faz amor? Mecanicamente.
· Quem vive numa encruzilhada é um encruzilhéu?
· Se diz do brado de bicho que não dispõe de vértebras: o invertebrado?
· Tristeza do boi vem de ele não se lembrar que bicho foi na última reencarnação. Pois se ele, em anterior vida, beneficiou de chifre o que está ocorrendo não é uma reencornação?
· O elefante que nunca viu mar, sempre vivendo no rio: devia ter marfim ou riofim?
· Onde se esgotou a água se deve dizer: "aquabou"?
· Não tendo sucedido em Maio mas em Março o que ele teve foi um desmaio ou um desmarço?
· Quando a paisagem é de admirar constrói-se um admiradouro?
· Mulher desdentada pode usar fio dental?
· A cascavel a quem saiu a casca fica só uma vel?
· As reservas de dinheiro são sempre finas. Será daí que vem o nome: "finanças"?
· Um tufão pequeno: um tufinho?
· O cavalo duplamente linchado é aquele que relincha?
· Em águas doces alguém se pode salpicar?
· Adulto pratica adultério. E um menor: será que pratica minoritério?
· Um viciado no jogo de bilhar pode contrair bilharziose?
· Um gordo, tipo barril, é um barrilgudo?
· Borboleta que insiste em ser ninfa: é ela a tal ninfomaníaca?

Brincadeiras, brincriações. E é coisa que não se termina. Lembro a camponesa da Zambézia. Eu falo português corta-mato, dizia. Sim, isso que ela fazia é, afinal, trabalho de todos nós. Colocámos essoutro português – o nosso português – na travessia dos matos, fizemos com que ele se descalçasse pelos atalhos da savana. Nesse caminho lhe fomos somando colorações. Devolvemos cores que dela haviam sido desbotadas – o racionalismo trabalha que nem lixívia. Urge ainda adicionar-lhe músicas e enfeites, somar-lhe o volume da superstição e a graça da dança. É urgente recuperar brilhos antigos. Devolver a estrela ao planeta dormente.