quarta-feira, agosto 08, 2007

Claro que não!

Um acepipe escrito:

Pergunta
— Posso te fazer uma pergunta?

— Não.
— Credo. Por que?
— Porque não. Você perguntou se pode, não posso responder "não"?
— Mas...
— Porque quando você vem com esse papo, é que vai perguntar coisa chata. E eu não quero responder.
— Quê que custa?
— Não sei o quê que custa. Mas eu vou ficar sem graça, no mínimo.
— Então da próxima vez eu já pergunto direto.
— É até melhor mesmo. Pergunta e pronto. Mas "posso te fazer uma pergunta?" é fogo.
— Ah, não é tão mau...
— É mau sim, senhor. Ninguém fala "posso te perguntar uma coisa?" para saber que horas são, ou se o Brasil ganhou o jogo de ontem. É para perguntar coisa cabeluda.
— Ué, de repente eu só ia perguntar sobre sua família.
— Aí você perguntaria direto: "oi, tudo bem?, e a família, como vai?". Mas quando o perguntador vem com esses papos, é porque vai colocar o perguntado em má situação.
— É. Acho que você até que tem razão. Meio que assusta a pessoa mesmo.
— Eu acho que quando você vai fazer uma pergunta que exija permissão antes, é melhor nem fazer. Vai ser chato.
— É verdade. E se tiver que perguntar mesmo, que seja de uma vez, sem "posso te fazer uma pergunta?"
— E não é?
— Então está combinado. Agora, sobre aquela minha pergunta...
— Não!

(retirado de http://acepipesescritos.blogspot.com/)

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