Pegando no comentário do Fernando Vasconcelos na mensagem anterior, resolvi dedicar um post a esta confissão: Não sou grande apreciadora de Beethoven. Falo, claro, de forma genérica!
Gosto muito de algumas das suas obras. Até admito que algumas são brilhantes... Mas, outras...
Por exemplo, não tenho paciência para a maior parte dos seus quartetos de cordas intermináveis e repetitivos. E, sim, já estou habituada a sentir esta reacção por parte de quem me ouve: é quase uma blasfémia dizer-se que não se aprecia Beethoven. Mas é verdade!
No entanto, verdade verdadinha, também estou numa fase muito estranha: Beethoven porque não; Mozart dão-nos sempre do mesmo, algumas obras já não as posso ouvir (agora até nos telemóveis!!!); os românticos (de forma geral) aborrecem-me; a música posterior a 1920 não a compreendo; conheço mal a da Idade Média... Assim, fica a música da renascença que, grosso modo, aprecio e o Barroco de forma geral e Bach em particular. Este é, sem dúvida, o músico de eleição! Por mais que oiça, mais fico deslumbrada.
Estou convencida que esta minha inclinação ficou a dever-se ao meu primeiro professor de violino, António Oliveira e Silva, que me direccionou nesse sentido. Grande parte das obras que tocava era dessa época, quer fosse na aula, quer na orquestra. Foram tempos deliciosos!! E, sem dúvida, conseguiu mostrar-me a beleza da música barroca. Porventura, havia de ter tido outros professores especialistas noutras épocas :D
Presumo que seja do cansaço. Confesso que, por vezes, o que me apetece mesmo é o silêncio!
6 comentários:
não aprecias! que é isso? é a mesma coisa que não gostar ou é para seres delicada com o "génio"?
Parece-me que é mais a segunda hipótese... Até estou tentada a acreditar que o problema está em mim que não sei apreciar a "iguaria" :) Será?! Hummm...
OPá eu partilho contigo essa opinião, mas há duas obras de beethoven que eu adoro, as sonatas de violino e piano, a nº 9"Kreutzer" e a nº 5 "Primevera" aqueles dialogos ficaram-me gravados na cabeça de uma forma muito positiva lolo , mas as pateticas e as sinfonias tb não mexem lá muito comigo. Sabes que o meu professor de vilolino era o Amilcar lembras-te dele??? não me passou grande gosto por nada em especial , eu tb deixei de tocar vilolino do meu 5º grau, nem esse acabei. no entanto eu amo violino e por isso descobri sozinha coisas que adoro ouvir e que nunca me canso como saint-saens por exemplo e outros e outros, gosto mesmo muito de violino, quando deixei foi em coimbra não estava a ser compativel a licenciatura e a trabalheira que aquilo deu com as muitas horas que já tinha-mos de estudar por dia. sabes melhor que eu do que falo. tenho pena há 13 anos que não toco. acho que já não sei. meteram-se outras coisas pela vida, umas boas outras más. e e meu violino está a criar mofo dentro da caixinha...
barroco tb gosto de tudo só que enjoei um pouco os corais lolol vá-se lá saber porquê!!! seria por causa das aulas de composição ????? ehehehehehe
BJocas
Claro que me lembro do Amílcar!! Creio que teve de deixar de tocar violino por causa de problemas de saúde... Tenho uma amiga que é da mesma localidade lá no norte... Carlão, acho...
Quanto aos corais de Bach, não posso concordar contigo. Tenta ouvi-los de forma a apreciá-los e não pensando em regras de composição. Talvez seja esse o problema! Há corais simplesmente fabulosos. Eu, pelo contrário, tenho investido em alguns CD's com eles :)
Não gostar de Beethoven e da música pós 1920 já é demais! : -)
Já que estamos em marés de confissões, tenho que admitir que o barroco é o estilo que menos me cativa.
De Beethoven, passo por alguns compositores do romantismo, poucos, (Schumann, Brahms, Liszt) e salto logo para o século XX.
Ultimamente tenho ouvido muito Luigi Nono, cada vez gosto mais.
Acho que há uma recusa inexplicável em relação à música do sec. XX mais recente. Os conservatórios não a ensinam, os musicos raramente a tocam. Assim é difícil ...
Estou absolutamente convencida que o facto de a música do século não ter muita aceitação por parte do público em geral (mesmo de músicos) ficar-se-á a dever à nossa deficiente formação nessa área e ao facto de ela não ser sequer ouvida fora das escolas de música. A música tonal é-nos imposta de forma intensa, desde que nascemos, nas canções que ALGUMAS mães, nas canções da escola, na TV, na rádio, nas ruas...
Para mais, enquanto estudei no conservatório quase não ouvi falar dessa época. Talvez também pelo facto de estudar violino e de ter tido o professor que tive... pois alguns colegas de clarinete já não dizem o mesmo.
Já o referi em algum post anterior, a minha filha mais nova (que estuda oboé) adora música contemporânea. Inclusivamente, o compositor que escolhe normalmente para ouvir antes de adormecer é Ligeti.
Além de que, ao longo destes quatro anos na ESART e especialmente com a professora Luísa Tender, fui aprendendo a gostar :) Pelo menos já tenho ido à procura, não só em CD's como em concertos...
E, artimanha, posso assegurar-lhe que, não é pelo facto de não gostar pessoalmente, que não a ouvimos e damos a ouvir às nossas filhas, até porque é uma época que o meu marido gosta imenso :D
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